Eu ainda estava me convencendo que
seria o melhor a se fazer em meio as minhas circunstâncias atuais
enquanto falava com meu pai ao telefone.
–Filha vou ficar tão feliz por
você estar vindo passar este tempo comigo,confesso que fiquei
surpreso por você ter aceitado a minha proposta de passar uns tempos
comigo eu estou muito feliz também por poder conhecer minha neta
pessoalmente.-Meu pai falava animadamente ao telefone enquanto eu
olhava pelo janela do meu quarto o lindo jardim que rodeia a bela
casa onde minha mãe mora,num bairro afastado em Seattle num
condomínio de luxo.Aceitar não foi o termo muito certo para o que
eu fiz,mais apesar de tudo tanto eu quanto a minha filha precisávamos
deste tempo com ele,apesar de tudo ele é meu pai e querendo ou
não,eu tinha que dar um bom exemplo para a minha filha que me
perguntava constantemente quando iria conhecer o Vovô.
–Eu tenho que desligar Josef tenho
que terminar de arrumar a Megan em pouco tempo estaremos aí.–Falei
cortando o que ele ia dizer,era o que eu já sabia,ele já estava
repetindo a mesma ladainha a semana toda desde quando eu o informei
da minha decisão.
–Tudo bem filha vamos estar todos
a sua espera,façam uma boa viajem.-Ele disse não mais tão animado.
–Obrigada Tchau.-Disse e desliguei
o telefone.
Continuei a observar o balançar das
árvores aquela calma que o cenário emanava estava me ajudando a
clarear a minha mente para enfrentar o que viria.Eu e Josef que é
como chamo o meu pai desde os meus 8 anos não estava sendo algo que
me agradava ir passar três meses com ele antes de colocar o pé na
estrada com a minha filha novamente.
–Senhorita Harisson sua filha já
está pronta e os seguranças já estão a espera na entrada .-Ane
uma das empregadas da casa disse entrando no quarto e arrumando as
coisas que estavam fora do lugar.
A agradeci e peguei minha bolsa e
descendo.Desci a suntuosa escada principal minha mãe conseguiu tudo
o que tem hoje depois de abrir a sua empresa de designer de jóias
que é uma das mais conceituadas dos Estados Unidos.Ao menos a
separação dela com o meu pai serviu de alguma coisa.
–Lyra minha querida espero que
você esteja certa do que está fazendo,não precisa ir se não
quiser seu pai vai entender.-Minha mãe disse assim que entrei em seu
escritório que estava cheio de papéis espalhados pela mesa como
sempre.Ela estava com a Megan no colo vindo em minha direção.
–Filha já pegou todas as suas
bonecas?-Disse encarando os seus olhinhos verdes que me faziam
lembrar da minha amiga.
–Sim mãmae peguei todinhas.-Ela
disse sorrindo e depois fez uma careta. -Eu acho que me esqueci da
Camile. -Disse descendo do colo da minha mãe e saindo correndo do
escritório.Gritei um não corra na escada e ouvi um "TUDO
BEM"como resposta.
–Como você já havia me dito mãe
ele é meu pai e eu não sei quando volto-"ou se volto"
acrescentei mentalmente-Eu prometo que vou tentar me dar bem com
ele.-Disse me virando para ela com o sorriso sumindo de meus lábios
torcendo a cara imaginando eu e Josef nos abraçando,"a quanto
tempo eu não permitia que isto acontecesse?"
–E com a Suzan também filha não
se esqueça dela,você já é uma mulher feita Lyra tem 20 anos e já
me deu uma neta linda está na hora de superar isto.-Minha mãe disse
me repreendendo pela careta que eu fiz.
–Assim como você?-Perguntei sem
frear a minha língua e me arrependi com o olhar magoado que ela me
lançou.
–Minha vida pessoal não está em
questão mais sim a sua relação com seu pai e espero que você seja
madura o suficiente e tente conversar com ele e conviver
civilizadamente com a família dele e principalmente com seu irmão
ele não tem culpa de nada do que aconteceu,não se esqueça que você
tem que dar o exemplo para a sua filha ela não conhece o seu pai
assim como ele a ela,então por favor tente se dar bem com todos.-Ela
disse séria com os olhos magoados e irritada como sempre ficava
quando eu tocava no assunto.
–Tudo bem mãe a senhora tem razão
Meg não fala em outra coisa desde que voltamos da França vou me
comportar por ela.-Disse a abraçando e murmurando um "Eu te amo
"no seu ouvido.
–Olha você sabe que até hoje eu
ainda não entendo o por que de você ter me escondido que estava
grávida da Meg,não querer contar quem é o pai dela,e só ter me
deixado conhece-la depois de ela já estar andado não sabe?-Ela
disse zangada -Eu não vou entrar em detalhes agora nisto por que eu
já vi que não vai adiantar de nada só vai acarretar em mais uma
discussão sem fundamento como vem acontecendo neste 5 anos.-Ela
disse pegando o meu rosto -Filha tente se entender com o seu pai pelo
menos uma vez ok?você já não vai ficar na mesma casa que ele vai
ter a sua própria casa lá eu já tratei tudo com ele como você me
pediu tente dar uma chance a você e a ele ok?-Ela disse seria e eu
sorri.
–Eu vou tentar mamãe vou tratar o
Embry bem ele como a senhora disse não tem culpa de nada. -Disse a
ela que bufou.
–Ainda bem que a Meg não puxou o
seu gênio forte.-Ela resmungou e veio me abraçar.-Se cuide filha e
cuide bem da minha neta você um dia vai entender o por que de tudo
isto.-Ela disse enquanto veio me abraçar.
Era sempre assim sempre quando eu
perguntava o porque da separação dela com meu pai ela dizia "Um
dia você vai entender tudo filha." E não dizia mais nada.
–Quando este dia chegar eu estarei
velha e enrugada.-Disse fazendo graça e ela riu.
–Faça uma boa viagem e vê se não
desaparece por mais 5 anos ok?-Disse enquanto íamos para a sala.
–Pode deixar mamãe tenho certeza
que a Meg vai querer vê-la em breve.-Disse rindo e pegando a
bolsinha da minha pequena no sofá.
–Só ela?-Minha mãe disse se
fazendo de magoada e eu ri.
–Vamos Meg vamos chegar atrasadas
para o almoço.-Gritei e ouvi a risada dela vindo da cozinha,segundos
depois ela veio no colo da Margaret.Foi assim desde que ela chegou
aqui,sempre vivia no colo de alguém,sempre ganhando mimos de todos
os empregados da casa e da minha mãe.Margaret era a quem mais a
mimava ela já era uma senhora de idade no auge dos seus 60anos e não
aparentava em nada a idade que tinha,ela criou a minha mãe e me
criou também, eu a chamo de Vó e a Meg não exitou em chamá-la de
Bisa logo no segundo dia aqui o que a deixou com os olhos cheios de
lágrimas.
–Venha aqui e dê um abraço na
sua Vô.-Minha mãe disse a tomando dos braços da Margaret que logo
veio me abraçar.
Fui saindo da
casa com a minha mãe com a Meg no colo conversando.Quando sai
imediatamente Carlos o motorista da minha mãe (quem ela fez questão
que me levasse para La Push),pegou minha bolsa e da Meg e colocou no
banco de trás do carro e deixou a porta aberta para que nós
entrássemos.Dei mais um abraço na minha mãe e na Margaret assim
como a Meg fez e entramos no carro,enquanto Carlos ia se distanciando
com o carro pude ver minha mãe enxugando as lágrimas que caiam pelo
seu rosto ,mesmo depois de tantas idas e vindas ela ainda não tinha
se acostumado a me ver partir.
–Mamãe vamos demorar a chegar na
casa do Vovô?-Meg me disse enquanto pegava a sua boneca inseparável
a mesma que foi da minha amiga Caroline e se aconchegava em mim.
–Não meu amor mais se eu fosse
você descansava pois quando chegarmos você vai ter muita coisa para
fazer com o seu tio.Ok?-Disse acariciando seus cabelos castanhos e
ela sorriu .
–Quanto tempo fazer ficar nesta
aventura?-Ela me perguntou levantando o rosto do meu colo para me
olhar.
–Eu não sei meu amor mais eu
prometo que vai ser legal.-Disse sorrindo para ela que sorriu e
encostou a cabeça no meu colo.
Voltar a Seatle depois de 5anos
estava sendo difícil para mim eu não tinha mais a mesma cabeça que
tinha na época que sai daqui com uma mala junto com a da minha amiga
com um mapa na mão e querendo conhecer o mundo.Não era a mesma
garota inconsequênte.E não tinha mais a minha melhor amiga para me
manter no chão.Depois de algum tempo ouvi o ressonar tranquilo da
minha pequena e a ajeitei melhor no banco.Fiquei olhando se rosto
sereno e fiquei pensando se era mesmo uma boa idéia estar indo ficar
um tempo com Josef,eu nunca aceitei a separação dos meus pais,não
pela separação em sí mais pelo simples fato dele 1 mês depois
estar se casando com outra.Como se o tempo que passou com a minha mãe
mãe tivesse significado nada .
–Senhorita Harisson já chegamos
.-Carlos disse me tirando dos meus devaneios.
Olhei para a frente da casa onde meu
pai estava parado junto de algumas pessoas ele com um sorriso de
orelha a orelha, imediatamente veio em direção ao carro eu respirei
fundo e me preparei para o que viria com uma sensação não muito
boa.