Tempo de Recomeçar - 1° Capítulo



“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”
Chico Xavier
POV JACOB:
Então é isso, já faz três anos que ela se foi, depois da batalha contra os recém criados eu fiquei todo estropiado, mas mais que a dor do meu corpo, foi à dor do meu coração, quando ela me visitou e falou que me amava, mas que isso não mudava nada, que mesmo assim ia ficar com ele, foi como se uma faca afiada tivesse atravessado meu peito, a dor foi insuportável. Deus, meu pai me diz que provavelmente nunca vou sofrer a impressão, mas às vezes queria muito que acontecesse, pois vejo na cabeça dos meus irmãos como é. Acredito que só isso seria capaz de tirar essa dor que escondo dentro de min.
Mas como nada na vida é fácil, estou aqui, sozinho até hoje. Ainda na matilha, resolvi seguir a vida adiante, sobreviver, pois não podia abandonar meu pai, que precisa muito de mim, e meus irmãos que sempre estão dispostos a me ajudar com tudo que preciso. Resolvi enterrar tudo no meu peito, pra que ninguém fique com pena de mim, isso dói, ver as pessoas com pena de você, mas a vida é assim mesmo não é, nem tudo são flores. Aprendi isso muito sedo minha vida nunca foi fácil, precisei crescer rápido ser responsável.
Já que minha vida amorosa foi um desastre, resolvi investir na minha vida profissional. Terminei o secundário, fiz um curso técnico de mecânica, minha grande paixão, e com a ajuda do Seth, Quil e Embry abrirmos uma oficina, todos somos donos, dividimos os lucros e os prejuízos, afinal somos amigos pra todas as horas. Em pouco tempo começamos a ter retorno. Pois a oficina mais próxima daqui é em Forks e eles cobram os olhos da cara, então fizemos assim, um trabalho estritamente profissional por um preço justo, sem exploração pra nenhum dos dois lados, e no final das contas deu certo, pois a oficina vive cheia o que me deixa muito agradecido, pois minha cabeça vive ocupada.
A vida na reserva ta tranqüila, graças a Deus, depois que eles foram embora, não tivemos maiores problemas com vampiros, a matilha continua a mesma, embora agora eu seja o Alpha e o Sam esteja parando de se transformar, ele ainda faz, mas raramente. Leah também parou, ela foi pra Seattle, fazer faculdade de direito, disse que vai ajudar as pessoas da reserva que não tem condições e que vai seguir uma vida diferente, ela nunca gostou de ser loba, e já a dois anos ela não se transforma o corpo ta começando a funcionar novamente e ela ta feliz com a possibilidade de quem sabe conhecer alguém e conseguir casar e ser mãe, que ela sempre quis.
Ao contrario dela, nós os lobos podemos engravidar as mulheres, pois Sam já é pai de um menino de um ano, Jared vai ser pai daqui a alguns meses e Paul engravidou a minha irmã que vai ter gemias, nem me fale meu pai quase teve um enfarte por isso, mas depois ficou feliz por finalmente ter netos. Eu nem me imagino sendo pai acho que isso pra mim ta totalmente fora de cogitação, claro que gosto de mulher, fico com algumas de vez em quando, mas nada que me prenda, pois não quero passar por aquilode novo e tenho certeza que não vou me envolver com ninguém tão cedo.
Depois do Paul, nenhum outro lobo teve impressão com ninguém, também em uma matilha que tem sete lobos (Sam, Jacob, Quil, Embry, Jared e Seth), quatro tiveram impressão (Sam, Jared, Quil e Paul), meu pai diz que já é suficiente pra manter os genes, e que provavelmente Seth, Embry e eu seremos livres pra escolher nossas parceiras. Mas quem disse que estamos a fim de nos amarrar? Tornamo-nos solteirões convictos, saímos, pegamos as gatinhas e depois de muita diversão, caímos fora. Eu sei, parece que somos cafajestes, mas como não nos apaixonamos por ninguém optamos por não trazer ninguém pra esse mundo louco que agente vive, eventualmente temos alguns nômades e as rondas continuam, pra prevenir, sabe como é.
Ah, outra coisa, nossa oficina é na rua do centro comercial de La Push, todos que entram na reserva passam por ela, não tem como não ver, é o primeiro prédio da esquina, o que com os nossos dons lupinos, nos dá uma posição privilegiada, pois ficamos literalmente de olho em quem entra e em quem sai nunca se sabe. Também fica mais perto da rodovia, no caso de ter que fazer algum socorro, ou quem passa vê a placa e acaba vindo dar uma olhada, sabe como é, ponto estratégico. E assim vamos levando a vida, muito trabalho, trabalho e mais trabalho, quem sabe um dia muda?
POV MARIANA
Mudança era tudo que precisava na minha vida, mudar de ares, conhecer pessoas novas, fazer novas amizades, sei lá, sair desse tédio, dessa mesmice. Não que minha vida seja ruim, não. È que moro na mesma casa, no mesmo bairro, na mesma cidade, desde que nasci já tenho 21 anos e parece que nada acontecesse na minha vida. Eu sei que ainda sou jovem, mas é que aqui tem muitas lembranças que quero deixar pra traz, meu pai morreu de câncer quando eu tinha 16 anos, e pra completar minha melhor amiga morreu num acidente de carro no mês passado, pra mim foi a gota d’água, por isso assim que terminei o curso de enfermagem me escrevi pra trabalhar pra prefeitura, bom o salário não é tão bom assim, mas meu pai me deixou alguns imóveis os quais estão alugados, então dá pra me virar tranquilamente fazendo o que eu gosto. Não, nada de hospitais, eu gosto dos postos de saúde, aqueles que ficam nos bairros mais pobres, só pra fazer curativos, aplicar injeção, dar vacinas, essas coisas, hospitais não me agradam muito e cobram muito caro, nos postos atendemos pessoas carentes, humildes que nos tratam com muito mais carinho e respeito, escolhi por isso.
Depois de procurar na internet, descobri que estão precisando de uma enfermeira numa reserva chamada La Push, eu me candidatei a vaga, mas teria que ser entrevistada pelo conselho da tribo, pois por não ser indígena eles podem não me aceitar, isso ia ser fácil, sempre fui simpática e cativo as pessoas muito fácil. Meu problema seria os costumes do lugar, fazer as pessoas confiarem em min, me tornar um membro da comunidade, essa parte ia ser mais difícil, provavelmente precisaria de ajuda, mas quem sabe um dos membros do conselho não me ajuda, tomara que eles gostem de mim, pois mesmo que passe na entrevista vai ter três meses de experiência, se a comunidade não me aprovar eu saio fora, pelo que vi as ultimas quatro enfermeiras não duraram um mês, é um desafio, gostei disso. Minha mãe não gostou da ideia de eu ir pra longe, moramos em Boston, num bairro de classe média, mas ela não se manifestou, pois casou novamente recentemente e adorou a possibilidade de ficar sozinha com o novo marido, dez anos mais novo, que vive à custa do dinheiro que meu pai deixou pra ela.
Quando ele soube da doença dividiu o patrimônio pra nós duas, me deixou quatro salas comerciais no centro da cidade e pra ela três casas, mais a que agente morava, ela é professora, mas quase não trabalha, depois do casamento vive de lua de mel e gasta basicamente a grana dos alugueis. A minha parte está nas mãos de um escritório de advocacia, meu dinheiro é depositado fielmente todo quinto dia útil do mês e minha mãe e meu padrasto não vem um centavo do meu dinheiro, dei graças a Deus quando fui chamada pra entrevista em La Push, assim ficaria ao menos um tempo longe deles.
Bom, nesse momento estou dentro do meu carro, um Camaro 92, prata, herança do meu pai, um clássico me dirigindo a La Push, já tenho um quarto alugado no hotel da reserva, pelo que vi na internet é pequeno, mas vai quebrar o galho, depois, se tudo der certo vou alugar uma casa, pois como não sou da reserva não posso comprar nada por lá. Assim me estabeleço perto do trabalho, já estou chegando a Forks, deu um frio na barriga. Agora é torcer e se Deus quiser vai dar tudo certo.


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