Tempo de Recomeçar - 12° Capítulo


POV KARMIA (A BRUXA)
Segui correndo, aparentemente sem ser notada pelos vampiros que me seguiam, eles não aprovavam minha dieta, algo que conheci antes mesmo de ser transformada, ainda no castelo Volture, nunca quis ser uma vampira, a vida me trouxe isso, e depois da minha “morte” resolvi seguir os passos daquele que um dia julguei ser uma das melhores criaturas que conheci, melhor até que muitos humanos: Carslaile.
Como não sabiam onde costumava caçar não estranharam minha leve mudança de percurso, os lobos estariam próximos, com meu faro apurado, mais até do que a maioria dos vampiros podia sentir o cheiro deles ao longe, eram vários, provavelmente reunidos com Jacob para elaborarem suas táticas na intenção de resgatar minha filha.
Mas como tinha certeza que seria uma tentativa inútil, teria que avisá-los, pois só assim conseguiria poupar uma vida, já que de minha filha provavelmente já estava perdida, salvaria a mulher do alfa, seria como me redimir de meus pecados e quem sabe me sentir melhor comigo mesma.
Assim que notaram aonde eu ia os vampiros se jogaram em cima de mim, me fazendo rosnar furiosamente, isso claro, não passou despercebido pelos lobos, que logo nos cercavam, eu tinha que ser rápida, Jacob não estava entre eles, um movimento em falso e eu estava morta, parei.
Olhei em volta, verifiquei que tinha uma árvore com uns trinta metros e os lobos não me pegariam lá, subi rapidamente, sendo seguida pelos vampiros, instintivamente pulei na direção de um deles, o joguei no chão, fazendo com que os lobos o pegassem, o desmembrando todo. Automaticamente o outro vampiro me olhou, seus olhos vermelhos, agora negros pela raiva, jogaram-se em cima de mim como um raio, me fazendo cair de uns vinte metros de altura. Os lobos saíram e ficaram observando nossa luta.
O vampiro além se ser muito rápido era também forte, me jogou contra o chão e em um átomo de segundo estava com as mãos no meu pescoço, pronto para arrancar minha cabeça, quando de repente seu corpo é arremessado a uma boa distância, um lobo castanho avermelhado surge e muito mais rápido que eu poderia imaginar ele arranca sua cabeça que cai ao longe, deixando um corpo se debatendo e desesperado.
Não me atrevi a mexer um músculo se quer, os lobos me olhavam e rosnavam tão alto que chegava a estremecer a floresta em nossa volta, rapidamente Jacob aparece em sua forma humana, assim como outros, vieram rápido e formaram uma fogueira, jogando todas as partes dos vampiros na mesma, aquilo me trouxe algumas lembranças, me fez lembrar DELE, aquele que um dia foi meu amor, minha vida, aquele que achei que seria meu por toda minha existência e que a muito morreu aqui, nessa mesma floresta, nessa mesma tribo.
Logo meus pensamentos foram interrompidos por uma voz rouca, furiosa de descontrolada, a raiva transbordava em seus olhos e seu desespero beirava a loucura, Jacob me agarrou pelo pescoço, levantando-me do chão e gritou em auto e bom tom:
–O que faz aqui sanguessuga? Não tínhamos um acordo? Por que veio aqui e trouxe esses desgraçados com você?
Olhei em volta os homens tremendo e voltando a suas formas de lobo, alguns já rosnavam e se colocavam em posição de ataque, eu até poderia lutar, mas sendo eu uma e eles cinco, com certeza seria meu fim, e aí não poderia fazer nada, nem por minha filha, nem pela mulher dele, falei:
–Me solte, precisamos ter uma conversa civilizada, temos tempo, mas não muito, temos muito para organizar.
Jacob ponderou um instante, olhou em volta, fez alguns gestos e os lobos nos cercaram, tenho certeza que se não fosse cuidadosa, naquele momento seria meu fim, ele me largou, suspirou pesadamente, fazendo uma careta, pois o cheiro doce de incenso pairava no ar e logo ele disse:
–Eu estava falando aos meus irmãos sobre nossa conversa, mas nem deu tempo pra explicar tudo, você nos interrompeu, o que houve, mudou de idéia ou quer morrer?
Analisei sua face, meu Deus, como esses nativos são parecidos, uma dor aguda invadiu meu peito, há algum tempo atrás eu estava em uma situação parecida, mas a sorte me abandonou me tornando o que sou hoje. Ele continuava me olhando, já impaciente, achei melhor falar de vez, antes que piorasse, falei:
–Infelizmente as coisas não são como você pensa, acho que vai ser inevitável que sua mulher morra, e minha filha também, a menos que nossas forças sejam unidas.
–Por que diz isso bruxa, o que falamos não foi nada, o que mudou?
–Naquele momento que você entrou na casa, eu estava vendo minha filha, pela primeira vez em quase um mês, mas como você sabe eu não estava sozinha, a secretária de Lucius, Eleonor, estava comigo, ela me anula, e por me alimentar de animais não sou tão forte quanto ela, aliás, força nunca foi o meu dom, sempre me considerei meio fraca para uma vampira.
–O que isso tem haver? Desembucha logo!
–Claro, me deixe continuar, não me interrompa, por favor. Assim que notamos vocês fiquei preocupada com minha filha, Eleonor a levou para o andar de cima e fiquei para trás para pará-lo, pois se a visse, Eleonor mataria minha filha. Quando te vi tive esperanças, vi todo o ódio em seu olhar, mas vi que você na verdade estava protegendo sua amada, nós estávamos colocando a vida dela em risco e você a protegendo. Logo que pude corri para a floresta, apagando nossos rastros, mas infelizmente você ainda ouvia o coração de minha filha, e então Lucius apareceu me mandando ficar em silêncio, quando você ficou na forma humana, ele me fez ir até você para ver o que queria, e minha filha foi levada para dentro de uma caverna a alguns quilômetros, graças ao meu feitiço você não o percebeu, mas ele nos ouviu, e ao contrário do que eu sabia, tinham mais vampiros com ele na caverna, ele montou um mine exército, ele está tão obcecado que reuniu todos aqueles que conheceu ao decorrer dos anos para ajudá-lo na ressurreição.
–Então quer dizer que ele ouviu tudo, ele sabe de tudo, não poderemos salvar a sua filha e você não vai me ajudar?
–Sim e não.
–Não entendi!
–Simples, não poderão salvar minha filha, pois ele preparará uma armadilha se forem, mas mesmo que eu cumpra minha parte, sei que ele não cumprirá a dele, portanto eu ajudo você com sua mulher, mas temos que fazer as coisas direito. È mais seguro que ela saia daqui, pois sua tribo está muito visada e provavelmente ele já montou uma estratégia para pega-la, assim que passar o eclipse o medalhão não poderá trazer ninguém de volta, mas você tem que saber, mesmo que não ocorra à ressurreição ele pretende transformá-la, não vai desistir tão fácil.
Jacob ficou me olhando, absorvendo tudo o que eu estava dizendo, suas mãos tremiam levemente, logo ele disse:
–Como vou saber se diz a verdade, como vou saber se não é mais uma armação de vocês, se tira-la daqui vai ficar mais vulnerável, não posso me arriscar, não posso perdê-la, e levá-la para longe a deixará desprotegida, ele poderá segui-la e pega-la, não vejo como ela sair daqui, de perto de mim.
–Sei que não tem motivos para confiar em mim, pois com certeza eu também não confiaria em você, mas é por ela que falo, assim como ela fui vitima de um vampiro, não me tornei o que sou por vontade própria, por tanto, se quiser posso confundir o cheiro dela também, nenhum vampiro sentiria e ela estaria a salvo. Mesmo que ela esteja na aldeia, eu conseguiria protegê-la.
–E o que teria que faze pra isso? Com certeza não o faria de graça!
–Quero que, mesmo sendo arriscado, tente salvar minha filha, ela é humana, tanto quanto qualquer um de vocês, não merece essa vida de morte, nem morrer por algo que ela nem sabe o que é, por favor, me dê essa última esperança, depois que salva-la se você quiser, pode tirar a minha vida eu não me importo. Desde que ela fique bem!
Ele ficou pensando por um momento, olhou pros seus irmãos, se reuniram em forma de lobo por longos minutos que me pareceram uma eternidade, sempre de olho em mim, eu parecia uma estátua, então ele disse:
–Pra fazer o tal feitiço, você precisa vê-la?
–Sim, tenho que tocar nela, depois de fazer o encanto, nem você sentirá mais o seu cheiro, ficará uma mistura confusa, não reconhecerá.
–Não entendo se consegue fazer essas coisas, por que não se livra daquele desgraçado e salva sua filha você mesmo.
–Não é tão simples, ele prendeu minhas coisas, minhas poções, meus livros, algumas armas que fiz para matar vampiros e somente meu corpo não é suficiente para acabar com eles, poderia matar alguns, mas não todos, infelizmente não sou tão forte, minha filha estaria morta mais rápido do que você pode imaginar.
Ele analisou minhas palavras, nunca fui tão sincera com um inimigo em minha vida, ele estava sabendo de minhas fraquezas e agora sabia que eu não seria tão difícil de matar, por tanto ele poderia confiar em mim, ele deu mais um suspiro, suas olheiras denunciavam o cansaço, passou as mãos pelos cabelos e disse:
–Isso não depende só de mim, vou falar com a Mary e se ela aceitar agente faz, vou me reunir com o conselho, vou falar com os anciões, vou fazer a reunião em uma clareira próxima da reserva, uns dez quilômetros daqui, vou deixar dois lobos com você, não faça nada estúpido ou vai se arrepender. Outra coisa, quem garante que seu amiguinho não está nos ouvindo novamente? E assim que eu trouxer a Mary ele não vai tentar pega-la?
–Primeiro, porque ele pensa que fui caçar, por isso mandou os dois comigo, segundo por que estou falando a verdade, pode verificar o local antes de reunião para ter certeza.
Ele se aproximou de mim, olhou no fundo dos meus olhos e disse:
–Acredite, se você me trair, se estiver mentindo, eu mesmo arranco a sua cabeça!
Então ele olhou pros outros e disse:
–Vamos!
Eles se foram, deixando dois lobos para trás, me olhando furiosamente, então eles começaram a caminhar a passos calmos me indicando para acompanhá-los, um a minha frente e outro em minhas costas, logo eles começaram a correr e acompanhei sem questionar, em poucos minutos nós estávamos em uma clareira, que deveria ser utilizada por eles com freqüência, pois o cheiro de lobo era forte, mesmo sem precisar sentei em um tronco e fiquei esperando, aguardando o que viria, finalmente a conheceria, a sósia de Anelise, só espero poder ajudá-la para que sua história tenha um final feliz.
POV JACOB
Saímos correndo em direção à aldeia, tanta coisa tinha acontecido em tão pouco tempo, primeiro vi uma luz no fim do túnel, depois quando aquela vampira apareceu achei que tinha tudo Ido por água a baixo, mas depois vi que ela realmente tinha boas intenções.
“Não se iluda Jake, ela é uma vampira, devemos confiar desconfiando, você sabe!”
A vós de meu irmão ecoava na minha mente, eu nem me dei o trabalho de ver quem era, sabia que ele estava certo, mas nós estávamos em maioria e se a Mary quisesse tentar eu faria desde que ela esteja bem.
Assim que chegamos à aldeia fui direto ao posto médico, pra minha sorte estava vazio, Sue estava conversando tranquilamente com Mary, mas assim que viu minha expressão preocupada disse:
–O que houve meu filho?
Mary se levantou em um pulo e correu pra mim, me analisando:
–Você ta bem meu amor? Foi algum dos garotos? Diz amor, me diz!
Vi o desespero em sua voz, só de pensar em perdê-la meu peito doía, eu não podia permitir uma coisa dessas, a abracei, sentindo seu cheiro maravilhoso, olhei em seus olhos e disse:
–Vamos a minha casa, temos que conversar, vamos reunir o conselho, temos que falar algo importante, mas basicamente o que vamos fazer vai depender de você.
–Tudo bem amor, vamos!
Sue foi conosco, fechando o posto, passamos na casa da Emilly por sorte Sam estava lá, meu pai com certeza estava em casa e na passada pegamos o Senhor Atera, fomos apressados, alguns olhares curiosos nos seguiam, mas quando se tratava do conselho a tribo sabia que era sério e que não deveria fazer perguntas, por isso ninguém falava nada.
Não demorou muito e chegamos a minha casa, a sala abarrotada de gente, sem perder muito tempo comecei a falar para que as coisas se resolvessem logo:
–Por favor, tenho que ser rápido e preciso, vou falar o que ocorreu hoje e depois teremos que nos reunir em outro lugar, preciso que fiquem calmos e me deixem concluir.
Todos me olharam calados, Mary apertou minha mão e beijei seu cabelo, tentando mantê-la calma, fui logo falando tudo, desde quando chegamos à propriedade dos Cullens, ao meu encontro com a bruxa na floresta, falei sobre tudo que ela disse e sobre sua proposta desesperada na tentava de salvar a filha, logo todos ficaram confusos e desconfiados, nenhum de nós confiaria em um vampiro, mesmo antes quando foi necessária uma aliança foi extremamente difícil, imagine a gora.
Fiz todo meu relato pausadamente, dando tempo para que todos absorvessem a informação, assim que terminei ouvi os burburins e meu pai se pronunciou:
–Meu filho, o que seu coração de alfa diz? Acha que pode confiar nela?
Todos me olharam aguardando minha resposta, inclusive Mary, seus olhos verdes penetrantes grudados nos meus, aguardando minha opinião que com certeza faria toda diferença pra ela, disse:
–Sim Pai, acho que sim.
–E o que te faz pensar isso?
–Eu a olhei nos olhos, vi como ela sofre por causa da filha, é a mesma expressão de dor que via nos Cullens, quando Bella estava em perigo, ela inclusive se alimenta de sangue animal igual a eles, o que a deixa menos selvagem. O que vi nela, Além é claro de uma vampira, isso jamais vou negar, vi uma mãe aflita e preocupada, ela realmente se importa com a garota e se arriscou para salva-la, pois nós poderíamos tê-la matado se quisesse, mas ela arriscou assim mesmo. As intenções dela parecem ser boas, dou a ela meu voto de confiança, se o feitiço dela der certo vai ser mais difícil do vampiro achar Mary, e a colocaremos em um local seguro, para depois poder pegar a filha dela, não devem ser muitos vampiros, temos experiência, ela vai nos ajudar, acho que damos conta.
Então meu pai olhou a Mary e disse:
–E você minha filha, estaria disposta mais uma vez a chegar perto de um vampiro, faria isso por você e pela garota que nem conhece?
Mary suspirou pesadamente, logo analisou minha expressão, assenti para que ela falasse o que ela logo fez:
–Depende.
–Do que minha filha?
Mary me olhou direto nos olhos, segurou meu rosto entre suas mãos e disse:
–Tem certeza que consegue salvar a garota?
–Sim, eu tenho!
–Então sim, eu faço de minha parte não precisam se preocupar, me digam o que preciso e farei, não quero mais ninguém morrendo por minha causa nem muito menos uma garota da minha idade com a vida pela frente, se preciso até ajudo a resgatá-la.
Mary me surpreende cada vez mais, minha garota é muito forte e decidida, mas nada de ajudar à salva-la, falei:
–Amor, não será preciso ir nessa missão apenas deixe a bruxa camuflar você e fique no lugar que agente marcar, o resto deixa conosco.
Olhei a todos e logo fomos para a clareira, nós os carregamos, pois para um humano era meio longe, cinco quilômetros da aldeia se fosse andando demoraria muito.
Os carregamos em nossas formas humanas, pois Sue e meu pai se negaram a subir nos lobos, meu pai por causa da cadeira e Sue por medo. Em poucos minutos chegamos ao nosso destino, atrás das árvores estavam à bruxa e dois lobos, ela finalmente conheceria minha Mary e a camuflaria, ficaria mais difícil de um vampiro localizá-la o que me deixaria mais aliviado, assim que todos estavam prontos adentrei a clareira com Mary segurando minha mão.
Em poucos instantes a bruxa estava a nossa frente, seus olhos presos aos de Mary, ela a analisava de boca aberta logo um “Oh” saiu de seus lábios, passado o susto ela disse:
–Meu Deus, agora endento Lucius, elas são idênticas!
POV LUCIUS
Alguma coisa naquela bruxa estava errada, com certeza ela estava tramando algo, conheço muito bem aquele jeito e não me enganaria fácil. Assim que chegamos à casa que aluguei em Port Angeles mandei Eleonor levar a garota pra o quarto, permiti que tomasse um banho, pois seu corpo humano fedia, após vários dias presa em uma caverna ela estava visivelmente abatida e maltrapilha, resolvi ser generoso com ela, isso deixaria Karmia mais feliz, o que faria com que ela me ajudasse de mais boa vontade, mas em meu intimo sabia que tinha algo errado, precisava pensar, ficar sozinho, colocar as coisas em ordem, fui para meus aposentos sem querer ser incomodado, alguns de meus amigos foram caçar, podia ouvir a garota chorando no quarto abaixo de mim, a ouvi no chuveiro, o farfalhar da toalha em seu corpo, de suas roupas, Eleonor entrando no quarto e colocando a bandeja comida pra ela, que parecia muito faminta. Alguns minutos depois ela adormeceu, deveria estar exausta, pois seu emocional estava bem abalado, na verdade não tinha a menor intenção de deixá-la sair dessa, pois em último caso, a ofereceria como lanche a minha amada, mas não custa dar a ela uma condição melhor em suas últimas horas.
Fiquei divagando sobre meus planos, não pretendia matar todos os lobos, sei que eles raramente saem da reserva, sabia que se matasse apenas o alfa o bando se desestruturaria e eles perderiam o foco, jamais viriam atrás de mim e ficaria livre para viver com minha amada, claro, se ela quisesse os mataria de bom grado, mas pra mim, matando o líder já estava bom.
Olhei os objetos que seriam usados para a ressurreição, o medalhão, o livro, as roupas, memorizei o mapa com o lugar indicado, seriam um dia e uma noite correndo, com algumas paradas, mas com certeza chegaríamos com tempo para que tudo ficasse perfeito.
Em dois dias o transmorfo tentaria resgatar a humana, meu plano já estava formado, já tinha minha estratégia, com certeza além do alfa não conseguir pega-la acabaria morrendo.
Apesar de tudo articulado e perfeito e precisava de um plano B, não posso me arriscar em botar tudo a perder, aquela bruxa pode tramar algo, mas o que ela não sabe é que tenho alternativa. Alguém que está disposto a me ajudar e com certeza eu a usaria, pois quando todos estivessem preocupados com a filha da bruxa, deixariam minha amada desprotegida e nós a pegaríamos sem problemas, um vampiro poderia não conseguir passar desapercebido na aldeia, mas um humano, com certeza pode, e eu já sabia exatamente a quem recorrer, seu amor pelo cachorro a deixou sega, poderia usar isso a meu favor.
Deixei meus aposentos trancando a porta a chave, dei uma ordem que estavam todos proibidos de entrar e eu saberia se entrassem, logo sai a rua e a brisa fresca da noite tocou meu rosto, comecei minha corrida rápida e silenciosa rumo a Forks, a encontraria apenas pelo cheiro.
Depois de poucos minutos parei nos arredores da cidade, me concentrei, rapidamente andei por todo o centro, mas não achei nada. Dividi a cidade em zonas, comecei pela norte, mas não tive sucesso, então fui indo, leste, oeste e sul, finalmente senti seu cheiro fraco em uma rua, ela com certeza esteve ali há pouco tempo. Segui mais tempo, observei uma casa, quatro corações batiam lá dentro, mas nenhum tinha o seu cheiro, me concentrei verificando para onde ela poderia ter ido, mas quando o vento soprou pro meu lado, senti seu cheiro que vinha do outro lado da rua, umas três casas depois, não hesitei, silenciosamente me aproximei de sua casa, o cheiro muito forte, notei três corações batendo, um deles sozinho em um cômodo, em um salto rápido cheguei a sua janela, e como suspeitava ela dormia tranqüilamente.
Como os humanos são tolos, tão frágeis e tão vulneráveis, muitas vezes se acham capazes de grandes coisas, mas nem imaginam como são fáceis de abater, uma vida humana se esvai tão rápido quanto uma cachoeira, basta apenas um movimento e já era, a pessoa não existiria mais e pronto.
Após entrar por sua janela a observei dormir, tranqüila e serena, seus olhos denunciavam que tinha chorado a pouco, se fosse em outra ocasião a consolaria, pois mulher humanas são muito manipuláveis, mas nesse caso não, teria que ser preciso e não deixar motivos para arrependimentos, ela devera cumprir seu papel e nada mais, era apenas mais uma peça no tabuleiro de xadrez.
De repente seu coração se acelerou, seu corpo deu sinais de que acordaria e num movimento rápido ela me olhou assustada, automaticamente tapei sua boca, ela estremeceu pelo meu toque frio, os olhos arregalados, usei minha voz mais gentil, disse:
–Não se assuste minha cara, não vim lhe fazer mal, vou tirar a mão de sua boca, mas não grite.
Ela assentiu e tirei a mão, ela respirava rapidamente o sangue pulsando rápido em suas veias, minha garganta ardeu, mas eu seria forte, por minha amada, eu seria.
–O que quer? Que faz aqui em meu quarto à uma hora dessas?
Suas perguntas sussurradas e nervosas, com certeza não queria acordar os outros, respondi:
–Pelo que vejo andou chorando!
Ela baixou os olhos, vi suas bochechas corarem, respondeu:
–Sim. É só saudade, disse que me ajudaria, mas não apareceu, fiquei desesperada, achei que tinha me esquecido.
–Calma minha cara, já sei o que vamos fazer, já sei como vai ter seu cachorro de volta, e se livrará de sua companheira para sempre. Você ainda está disposta a me ajudar?
–Claro tudo que quero é meu Jake de volta, mas pare com isso, não o chame de cachorro que eu não gosto.
Não pude evitar, uma gargalhada saiu de minha boca, vi sua expressão aborrecida. Ela nem imagina com quem ta lidando, não faz idéia de que seu amado é um lobo que mata vampiros, coitada tão ingênua, tão descartável. Recompus-me, falei:
–Você vai fazer exatamente o que eu mandar, sem questionar, e depois lhe dou minha palavra que vou levá-la até seu amado. Posso contar com você?
–Sim, qualquer pra ter meu Jake!
–Ótimo, ouça com atenção: Você vai fazer o seguinte...
POV MARIANA
Sinceramente a maneira como aquela vampira-bruxa me olhava me assustou, parecia que ela estava vendo uma assombração, seus olhos percorreram cada parte de meu corpo como se fosse uma miragem ou algo muito raro.
Senti-me totalmente desconfortável, não sabia o que fazer nem o que falar, apesar de estar com Jake e confiar plenamente nele, meus instintos me diziam que eu deveria sair correndo dali e nem olhar pra trás, eu sei que não poderia, mas a vontade foi enorme.
Logo todos estavam em nossa volta e Billy se manifestou:
–Você a conhece?
–Na verdade não, mas conheci Anelise, uma vampira que esteve nestas terras há muitos anos atrás, foram tempos confusos, difíceis, na época eu estava com os Volture, na verdade não sabia muita coisa da vida, era jovem, tinha sonhos e ambições. Acredite não me orgulho disso.
–O que sabe sobre a história dela?
–Desculpe, mas não quero falar sobre isso, me traz péssimas lembranças, me causam sofrimentos antigos que tento esquecer a todo custo.
–Vamos ao que interessa então, pelo que sabemos tem esse vampiro que quer pegar a minha nora, por ela ser muito parecida com essa vampira por quem ele foi muito apaixonado.
–Certo.
–Ele precisa de minha nora por ser sósia dessa vampira.
–Errado.
–Como assim?
–Ele não precisa dela especificamente, ele precisa de um corpo, mas como elas são idênticas, ele faz questão que seja ela, é por opção dele.
–Hum, entendi. Bem, e pra isso ele precisa de você.
–Na verdade ele precisa de uma bruxa poderosa, normalmente os bruxos não são vampiros, eu sou uma das poucas exceções, mas como ele já me conhecia ele me procurou e por uma fraqueza minha ele me achou e agora me chantageia.
–A humana.
–Certo.
–Você tem certeza que seu feitiço vai deixar minha nora irrastreável, ninguém vai conseguir fareija-la?
–Sim, assim como os lobos não acham os vampiros que eu camuflo, eles não vão achar sua nora.
–Mas se tem esse poder, por que ele te pegou, digo, você deveria ter se camuflado, não acha?
–Sim, mas estava ensinando minha filha a fazer alguns feitiços, ela acabou desmanchando do da camuflagem quando saí pra caçar, meio que por acidente, passei três dias fora e quando voltei ele já estava com ela, tinha pegado todas as minhas coisas, fiquei indefesa perante a ele e seus vampiros, não pude fazer nada.
Ficamos ouvindo atentamente aquela conversa, Jake me abraçou pela cintura, logo sentou em um tronco e me colocou em seu colo, me coração disparado pelo medo de cada relato que ouvia, aquela mulher antes de qualquer coisa era uma mãe desesperada, apesar de sua natureza de vampira, não a via como um monstro ela parecia realmente preocupada comigo e em salvar a filha, provavelmente ela fora mais uma vítima desse mundo sobrenatural que fomos impostos, mas uma de tantas que devem ter por aí.
Devido minha ansiedade em sair daquele lugar, falei:
–Desculpe interromper a conversa, mas gostaria que fizesse logo para que eu possa voltar pra casa, não me sinto bem na sua presença, me desculpe, mas estou sendo sincera.
A mulher, assim como os outros, voltou totalmente a sua atenção a mim, mas ao contrário dos outros ela não disse nada apenas se afastou, logo Jake protestou:
–Aonde vai que está fazendo?
–Vou pegar algumas coisas que preciso, são ervas específicas, não são tão fáceis de achar, pode mandar um dos seus comigo se quiser.
Jake acenou para Quil e Seth que foram acompanhando a bruxa, que se dirigiu diretamente a floresta e logo desapareceu.
Sam me disse:
–Não se preocupe Mary, é normal não se sentir bem perto de um vampiro, eu mesmo que já vi muitos não consigo, é nosso instinto, mas se ela está disposta ajudar, pela sua vida vale apena agüentar mais um pouco.
Suspirei e me abracei ainda mais em Jake, seu abraço me passava segurança, me trazia conforto, bem estar, falei:
–Eu sei, me desculpem, só quero que termine logo.
Após alguns minutos senti Jake se retesar em baixo de mim, ficou tenso e olhou para a floresta de onde a bruxa surgiu com os dois lobos em seu encalço, ela foi para o meio da clareia, pegou algumas ervas e queimou, falando algumas palavras em uma língua totalmente estranha para todos nós, logo as ervas viraram cinzas, ela as amparou, veio em minha direção e disse:
–Levante minha cara, fique de frente pra mim e feche os olhos.
Olhei Jake que sinalizou para que eu obedecesse, logo estava em pé de frente pra ela e Jake ao meu lado. Não vi o que ela fazia, mas sentia seu hálito frio soprando algo em minha direção, eram as cinzas, depois ela passou as mãos frisas pelos meus braços, fazendo com que meu coração disparasse, meu vestido provavelmente estaria todo sujo, logo ela passou em minhas pernas e meus pés. Pediu que me virasse e passou em meu cabelo, e novamente falou as tais palavras. Então acabou, ela disse:
–Pode abrir os olhos.
Automaticamente olhei meu corpo e pra minha surpresa não tinha nenhum vestígio de nada. Estava completamente normal, limpa do mesmo jeito de antes, olhei Jake e falei:
–Então funcionou?
Ele veio ao meu encontro, me cheirou profundamente, suas narinas inflamadas e chamou os outros lobos, logos eles me cheiraram, e falaram quase ao mesmo tempo:
–Nada, não sinto cheiro de nada, o cheiro dela foi totalmente apagado.
Senti-me estranha Jake sempre elogiava meu cheiro, fiquei com medo de nunca mais ser a mesma, falei:
–Quanto tempo isso dura?
–Uns dez dias, depois disso tem que ser renovado, mas o eclipse ocorrerá nesse período, se tudo der certo, não vai ser preciso.
Então ela olhou pro Jake e disse:
–Tenha certeza de que ela estará segura, pois se eles a pegarem não terá como seguir seu rastro, não faça besteiras.
–Não precisa me dizer o que fazer, sei como cuidar de minha mulher.
Jake estava visivelmente nervoso, ofendido, ela respondeu:
–Não me leve a mau, Lucius tem mais de cem anos, ele não é um recém-criado impulsivo, ele sabe o que faz, fique em alerta, ele é mais esperto do que pensa, ele já foi soldado, sabe como articular uma batalha. Agora preciso ir caçar, tenho pouco tempo para voltar, irei para a gruta esperar por Lucius, ele me buscará em dois dias para ver minha filha, cumpra a sua parte, vou levá-la pra onde pediu, o resto é com você.
–Pode deixar, fez a sua parte, faremos a nossa.
E assim ela se foi, rápida e silenciosa, Jake me abraçou e falou que tudo daria certo, mas em meu coração eu sentia que não era bem assim, eu deveria me preparar pois com certeza eu teria uma grande batalha pela frente.



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