Tempo de Recomeçar - 13° Capítulo



POV MARIANA
Saímos da campina em um clima totalmente diferente de quando entramos, todos pareciam mais confiantes, com certeza de que tudo daria certo. Infelizmente minha cabeça não acompanhava esse raciocínio, não gosto de parecer pessimista, mas meu coração estava me dizendo que as coisas não seriam tão simples assim, pois lá no fundo, em algum lugar eu tinha certeza que aquele vampiro sádico não facilitaria nada pra gente e não daria trégua enquanto tivesse vivo.

Assim que chegamos à reserva, cada um foi pra sua casa cuidar de sua vida, ficando combinado de que no outro dia nos reuniríamos à tarde para tratar do resgate da garota, isso era prioridade pra todos, visto que de certo modo, eu estava “a salvo”.
Jake foi pra minha casa, lugar de onde ele praticamente não sai mais, nem me deixa sozinha, pois quando em raros momentos ele sai, sempre tem alguém pra ficar comigo. Chegamos e fui direto pra cozinha, o estresse dos últimos dias estava mexendo comigo, meu apetite estava muito maior e com certeza a convivência com lobos estava me influenciando.

O telefone tocou, notei Jake me olhando atentamente, cada movimento meu era medido por ele, um sorriso malicioso em seus lábios denunciava suas intenções, eu já o conhecia o suficiente para saber que ele tramava algo, e que com certeza eu gostaria muito do que estava pra vir. Dirigi-me ao aparelho insistente, e o atendi:
–Alô.
–Mary, é mamãe!
Não pude evitar ficar surpresa, não falava com minha mãe há alguns dias, depois da locação do apartamento ela simplesmente não me ligou mais, coisa que só fazia quando precisava de algo, então deduzi que ela queria, ou melhor, precisava de alguma coisa, falei:
–Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?
–Nossa filha, uma mãe não pode ligar pra sua filha de vez em quando?
–Já ouvi esse papo antes, fala logo o que é!
Ela suspirou pesado do outro lado, Jake se aproximou mais, pois com sua audição ele ouviria muito bem o que ela diria mesmo o telefone não estando na viva voz, ele acompanhava tudo. Suas mãos envolveram minha cintura, seu rosto caiu sobre meu ombro sua respiração bateu no meu pescoço me causando um arrepio involuntário, o que fez rir baixinho.
Procurei me concentrar nela, o silencio era grande e já estava me deixando aflita, disse:
–Fala logo mãe, o que foi, pode falar. – Ela suspirou novamente e soltou o verbo.
–Minha filha, você tinha toda razão, eu cometi o maior erro da minha vida me casando de novo, você nem imagina o quanto eu me arrependo e estou sofrendo por isso, sinto muito por ter te abandonado, por uma pessoa que não vale nada, por ter te tratado mal, eu fui burra e cega, nem imagina o quanto me arrependo.

Por essa eu não esperava, minha mãe estava visivelmente perturbada e triste, ele tinha aprontado novamente, em tão pouco tempo, e ela agora finalmente tinha aberto os olhos, mas até quando?
–O que ele fez dessa vez?
–Eu o mandei embora! Já chega, não quero mais.
–O que? Não acredito isso é sério, definitivo?
–Sim, filha, eu sei que você tem sua vida aí, já tem emprego, casa e namorado, mas estou pensando em aceitar sua proposta, o que você acha de eu ir passar uns tempos aí com você? Eu posso arranjar um emprego, dar aulas, ou qualquer outra coisa, agente fica mais tempo junto, eu prometo que não vou atrapalhar, se você preferir eu nem fico na sua casa, posso alugar outra, sem problemas, não quero tirar a sua privacidade, só quero um pouco de paz, o que você acha?

É, definitivamente as coisas acontecem tudo ao mesmo tempo, como eu diria pra minha mãe que agora não era um bom momento, como falaria pra ela que tinha um vampiro louco querendo me matar e que ela não estaria segura perto de mim. E por outro lado, ela é minha mãe, minha única família, não poderia negar apoio a ela, pois ela finalmente tinha se livrado daquele traste e se eu não fizesse nada, ela com certeza voltaria pra ele, era só questão de tempo.

Senti as mãos de Jake me apertando. Olhei em seus olhos e vi que pra ele tava tudo bem, aquela certeza me fez concordar, eu faria tudo para ajudá-la, nem que pra isso eu precisasse contar a ela a verdade e torcer pra que ele não pirasse, perguntei silenciosamente o que Jake achava, levantando as sobrancelhas, ele entendeu e disse sem som, Ok.
–Tudo bem mãe, não sabe o quanto eu fico feliz em ouvir isso, quando você pretende vir?
–Amanhã, à tarde, na verdade já comprei a passagem, pois não posso ir de carro, ele o vendeu também.
–Oh, entendo, mas não se preocupe, eu busco você no aeroporto de Seattle, O carro do papai deu problema, mas o Jake arrumou e ele ficou novinho em folha, eu te pego, pode deixar.
–Obrigada filha, agradeça ao Jake por mim, obrigada mesmo. Estou louca para conhecê-lo. Até amanhã então, tchau!
–Tchau mãe!
Assim que coloquei o telefone no aparelho, vi Jake com uma expressão furiosa, não entendi o porquê daquilo, falei:
–Eu só concordei, por que entendi que você tinha concordado, eu sei que o momento não é propicio, mas ela precisa de mim, Jake, ela é minha mãe.
–Não é nada disso, já mais deixaria sua mãe na rua, mas você não vai buscá-la, de jeito nenhum.
Então era isso, esqueci completamente, claro, eu não posso sair da reserva, mas minha mãe não conhece ninguém, ela não viria com ninguém, e um taxi seria uma fortuna, falei:
–Amor, desculpe, esqueci completamente! Claro, é perigoso eu sair da reserva, mas olha, o feitiço da bruxa eliminou meu cheiro, duvido que algum vampiro me encontre, e também, você pode vir comigo, eu estaria nas suas vistas o tempo todo.
–Eu não posso Mary, amanhã temos a reunião para organizar o resgate da humana, você fez besteira, vamos mandar o Seth ou o Embry, eles levam uma placa com o nome dela, você fica!
–Não! Desculpe-me, até agora eu sempre fiz tudo que você pediu, não saí, nem reclamei de nada, nem andar no meu carro eu andei ainda, por que você acha perigoso, mas eu vou, eu quero buscar minha mãe, você não vai me impedir.
–Por que isso?
–Eu não sei, mas em meu coração eu sinto que tenho que ir, é uma sensação, como se não fosse vê-la mais, eu não sei explicar.
–Pare com isso, não seja absurda, ela vai morar aqui na reserva? Tenho que avisar o conselho, eles não vão gostar de ela saber o nosso segredo, mas acho que devido às circunstâncias, será inevitável.
–Amor, por favor! Manda um lobo comigo, ou dois ou três, mas me deixe ir, ela vai ficar triste se eu não for, por favor.
Ele suspirou, parecendo cansado, seu rosto mostrando muito mais idade do que ele tinha, logo encostou sua testa na minha, fechou os olhos e disse:
–Você me mata desse jeito, sabe que não consigo dizer não pra você!
–Obrigada!! -- Eu disse feliz da vida.
–Mas tenho condições!
–Qualquer coisa!
–Você vai com Quil, ele dirige, não vai se separar dele e principalmente, não vai parar, é de lá pra cá, sem paradas pra comer ou usar o banheiro, vai ter que ser discreta e rápida, mesmo ele não sentindo seu cheiro não posso confiar que será o suficiente, manterei o Matt transformado acompanhando da floresta, nossa reunião será em nossa foram de lobo, assim poderei ver onde vocês estão e ter certeza de que está tudo bem.
–Ok, tudo que você quiser!
Ele me olhou malicioso e disse:
–Você não deveria ter dito isso!
Rapidamente ele me agarrou no colo e quando dei por mim, já estava em cima da cama, minha roupa sento rasgada tão rápido que só vi os farrapos voando pelo quarto, reclamei:
–Ah Jake, eu gostava dessa roupa.
Ele riu e disse:
–Fica muito mais bonita sem ela!

Automaticamente sua boca veio voraz em direção a minha, suas mãos passaram pelo meu corpo, chegando aos meus seios, que já conheciam aquele toque quente e alucinante, definitivamente eu estava viciada em Jacob Black, ele era minha droga e eu adorava isso.
Sem cerimônias levei minhas mãos pelo seu corpo, encontrando seu membro duro, parecendo que ia explodir, minha intimidade latejou ao constatar que ele estava pronto pra mim, o peguei na mão arrancando dele um gemido alto, me fazendo sorrir por saber que causo nele as mesmas sensações que ele me causa.

Num movimento frustrado tentei me colocar por cima dele, o que o fez sorrir e nos virar rapidamente. Beijei seu peito nu e quente, podia sentir meu líquido correndo sobre minhas pernas, eu precisava dele e rápido, mas dessa vez eu iria torturá-lo um pouquinho. Fui descendo meus beijos até seu membro e o coloquei na boca. Ele arqueou o corpo e chingou meu nome, eu ri e o provoquei ainda mais, lambendo, beijando e finalmente chupando, fiz tantas vezes que achei que ele exploridia na minha boca, mas quando eu via que seu ápice estava chegando eu parava e começava tudo de novo. Então ele me parou:

–Vem, pare de me torturar eu quero você!
Sem me fazer de rogada sentei em seu membro, colocando tudo dentro de mim de uma só vez, o que o fez gemer ainda mais e me causou uma corrente elétrica que não esperava, suas mãos foram ao meu quadril, me ajudando a encontrar seu ritmo, que pra mim era muito agradável, provavelmente eu ficaria com marcas no outro dia, mas nada mais naquele momento me importava, eu só o queria dentro de mim, me preenchendo e me fazendo feliz.
Depois de alguns instantes alcançamos o ápice juntos, meu corpo denunciava o cansaço do dia, a tensão de tudo que tinha acontecido me deitei em seu peito, ainda com ele dentro de mim, nossas respirações irregulares foram se acalmando, ele beijava minha cabeça e dizia que me amava, pedi pra que ele cantasse pra mim, uma canção de ninar, era no dialeto de sua tribo e eu adorava, ele cantou e a inconsciência foi me tomando, e quando me dei conta adormeci feliz em seus braços.


POV JACOB


Mais uma vez acordei com minha amada em meus braços, não cansava de admirá-la e me sentir feliz, completo. Estar com ela era muito mais do que eu poderia um dia sequer pedir. Mary era perfeita pra mim, agora entendo perfeitamente o que meu pai me dizia quando se referia a Bela: “Se fosse para ser sua, seu lobo a teria escolhido!”. O velho tinha razão.

É engraçado pensar nela hoje em dia, não sinto mais nada, nem mesmo raiva, depois que conheci Mary entendi que Bela deveria amar o vampiro muito mesmo, para chegar ao ponto de abrir mão de tudo, ele deveria ser o impriting dela, se é que vampiros têm isso.
Mary se remexeu ao meu lado, dano indícios de que iria acordar, levantei e fui pro chuveiro, ela sempre fazia isso, acordava e ia direto pro banho comigo. Por esse motivo eu a esperava no banheiro.

Assim que a água saiu a senti levantar, logo ela abriu a porta, ainda sonolenta e veio em minha direção, mesmo com os cabelos revoltos e os olhos meio fechados pelo sono, estava linda, nua, deslumbrante. Seus braços vieram de encontro a minha cintura, logo levantou seu rosto e disse: “Bom dia!” ficando ainda mais grudada em meu corpo. Nunca me cansava disso, eram assim todos os dias, menos quando ela acordava primeira e quem ia atrás dela no banho era eu. Nós não falávamos nada, uma coisa que aprendi nesses dias é que Mary é extremamente calada quando acorda, pelo menos até que esteja bem desperta, depois ela não para mais de falar, isso normalmente acontece no café da manhã.

Depois de vestidos e alimentados fomos pro trabalho, por mim ela não ia, mas ela insistia que não podia deixar a Sue sozinha e que logo ela assumira o posto, então não podia simplesmente parar. A verdade é que eu achava que ela não queria ficar em casa, pois pensaria besteiras e ficaria nervosa e ansiosa, ela queria se manter ocupada e eu respeitava isso.

A deixei no posto e voltei para abrir a oficina, Quil e Embry estavam chegando, Seth viria mais tarde, pois fez ronda na madrugada, tinha que falar com Quil, a idéia de Mary sair da reserva latejava na minha cabeça, mas ela estava decidida e eu não conseguiria fazê-la desistir disso.

Pra minha surpresa, antes de qualquer coisa, ouvi o barulho de um motor muito conhecido, olhei no relógio, eram 08h30min, não podia imaginar o que ela queria ali à uma hora dessas, fui ao portão e constatei o que já sabia, Débora se aproximava em seu carro, toda sorridente, como se fosse ganhar um prêmio, um entusiasmo incomum, principalmente para àquela hora da manhã, quando normalmente as pessoas não se sentem muito dispostas.
Ela parou o carro em frente ao portão, desceu graciosamente, ela era bonita, com certeza, uma mulata de parar o trânsito como dizia Embry, mas infelizmente meu lobo não a escolheu e não tinha nada que eu pudesse fazer com relação a isso, meu coração simplesmente pertencia irrevogavelmente a Mary, nada que Débora fizesse mudaria isso, mas uma vez, endenti Bela.
–Bom dia Jake!
Sua voz doce e macia foi dirigida a mim com uma alegria incontestável. Meu coração doeu por não poder corresponder, me mantive firme, não poderia lhe dar esperanças, pois no estado que ela estava qualquer atitude cordial poderia se mal interpretada.
–Bom dia. – Disse calmo, e frio, sem sorrir, apenas sendo educado, seu sorriso murchou, sua voz chorosa saiu dramática e rouca.
–Nossa, costumava ser mais gentil comigo. Poxa Jake, não sou sua inimiga? Você me odeia?

Não consegui manter a frieza, realmente não a via como inimiga, pelo contrário, foi uma pessoa que me apoiou e consolou, sempre esteve presente quando precisei e pra minha infelicidade eu constatei a verdade obvia: eu a havia usado. Essa constatação me deixou triste, mesmo que tenha feito inconsciente e sem intenção de machucá-la, ela me amava, não negava isso, e estaria sempre a minha disposição se eu quisesse. Vi-me nela, “naquela época”. Suavizei minha expressão, apesar de permanecer firme, fui um pouco menos frio, falei:
– O que quer Débora, algum problema com o carro?
–Na verdade não, é apenas a época de fazer a revisão, e estou pretendendo viajar, gostaria que verificasse tudo para evitar surpresas desagraveis.
–Infelizmente não vamos poder, nós estamos lotados e não trabalharemos à tarde, na verdade nosso horário anda meio reduzido, você precisa pra quando?
–O que houve algum problema?
–Coisas da reserva.
–Ah. Hum, pode ser amanhã então, ou até o final se semana, pretendo ir no domingo e não confio em ninguém para mexer no carro.
–Ok, traga amanhã pela manhã então.
–Certo! Obrigada Jake!
–Se era só isso, com licença tenho algumas coisas para acertar com os rapazes.

Dito isso dei de costas e fui direto falar com Embry e Quil, tinha que acertar as coisas para a reunião e também para Quil levar a Mary ao aeroporto, assim que os chamei ouvi os passos de Débora atrás de mim, me virei e a vi me fitando, falei:
–Mais alguma coisa Débora?
–Na verdade, eu preciso usar o banheiro.
–Tudo bem, você sabe onde é.
–Obrigada!
Ela se dirigiu ao banheiro, dando bom dia aos meninos, que me olharam curiosos, falei:
–Foco rapazes!
Certo chefe! Disseram juntos e eu ri me dirigi a Quil:
–Quil, a mãe da Mary vai chegar hoje de Boston, ela quer pega-la no aeroporto, quero que você a leve no carro dela e fique de olho, mesmo com ela disfarçada podemos ter problemas, não sabemos quantos deles estão por aí.
–Jake, mano, é melhor que ela fique aqui na reserva, eu posso buscar a mãe dela e trazer sem problemas.
–Eu sei Quil, mas ela é teimosa, e sabe o poder que ela tem sobre mim não é!
–É por isso que não quero ter um impriting, Deus me livre!
–Embry, você não sabe o que está dizendo, um dia vai te acontecer e você vai nos dar razão. Agora foco! Preciso falar com Matt, quero que ele acompanhe vocês transformado, para que eu saiba tudo que está acontecendo.
–Certo chefe, eu falo com ele quando for almoçar, ele mora perto de casa.
–Obrigado Quil!
–Lá vem ela.
Disse Embry apontando pra onde Débora vinha caminhando tranquilamente.
–Tchau gente, amanhã eu trago o carro Jake.
–Tchau Débora, pode trazer na parte da manhã.
–Jake, será que ela ouviu algo? Ela ficou tão quieta que até esqueci que ela estava ali.
–Acho que não Quil, mesmo que ouvisse, ela não entenderia nada. Agora vamos trabalhar, pois à tarde não poderemos fazer nada e tenho três carros para entregar pela manhã.
Depois de nossa conversa nos dirigimos ao trabalho que era muito, devido ao fato de estarmos nos revesando com as rondas, e a proteção de Mary e da aldeia.
Às 12h00min fechamos a oficina, me dirigi ao posto para pegá-la, iríamos almoçar na casa de meu pai, Raquel sempre ia lá e quando fazia isso nos convidava, pois o velho ficava feliz em ter a casa cheia, ainda mais com esse clima tenso que tinha se instaurando nesses dias, toda descontração era bem vinda.

Mary estava visivelmente ansiosa por causa da mãe, não a critico, pois se pudesse ter a minha de volta o faria de bom grado. Aproveitamos o almoço e falamos com meu pai, ele ficou com medo, pela mãe de Mary, mas entendeu que a mesma precisava da companhia e apoio da filha, visto que elas só tinham uma à outra, mas nos pediu para não contar o segredo, se fosse necessário faríamos em último caso. Para evitar desconforto, Mary disse que iria sugerir a sua mãe morar em Forks, pois ela não ficando na reserva seria melhor pra todos, visto que ela poderia dar aula na escola primária de lá, pois não sendo nativa, dificilmente daria aula em La Push.

Billy concordou e achou até interessante conhecer alguém novo, meu pai conhecia as mesmas pessoas há anos, a possibilidade de novas amizades sempre o agradava. Enquanto nossa conversa fluía Matt chegou e começamos a organizar tudo, falamos em cada detalhe, as ruas pela qual Quil iria, para que o grande lobo pudesse acompanhá-los da floresta sem perdê-los de vista, o que só ocorreria no aeroporto mesmo, e apenas por alguns minutos.

Depois de tudo organizado ouvimos o som do carro de Mary, Quil o trouxe e lhe passei as instruções, eles deveriam sair logo, pois teriam uma hora e meia até Seattle e o vôo poderia atrasar ou adiantar, então não era bom vacilar pra não deixar minha sogra esperando. Olhei minha amada com o coração apertado, algo dentro de mim gritava que aquilo era uma grande burrice, mas sua felicidade em encontrar a mãe era tão grande que não me atrevi a mandar contra, apenas falei:
–Tome cuidado, qualquer coisa me liga, ou pede pro Matt me chamar, vou pra clareira daqui à uma hora, dará tempo sem dúvida.
Mary me olhou com os olhos brilhando, o verde ainda mais claro e mais bonito, não me cansava de admirar aqueles olhos, ela disse:
–Sei que é difícil pra você, mas prometo que vou voltar sã e salva, eu te amo!
Dito isso ela selou nossos lábios em um beijo urgente, cheio de amor e carinho, me entreguei imediatamente e logo fomos separados pelo idiota do meu cunhado, Paul ria e falava:
–Ok, Ok! Agente sabe que vocês se amam, mas estão em publico e podem ser presos por atentado violento ao pudor.
Mary riu sem graça, ficou um pimentão, Paul riu mais ainda, me deixando furioso, reclamei:
–Paul seu idiota, eu vou te matar seu desgraçado!
Em meio a muitos risos e um Paul fugindo louco de medo, nos despedimos. Fiquei olhando o carro se afastar, meu coração apertado, senti uma mão segurar a minha, era meu pai.
–Calma filho, sei que é difícil, mas ela está em boas mãos. Agora vamos temos que reunir os outros e ver o que podemos fazer para resgatar a garota.
–Eu sei pai, mas é que me deu um medo. Desde que ela chegou aqui, nunca se afastou tanto, acho que to mal acostumado.
Meu pai riu, virou sua cadeira de rodas e entrou na casa. Fiquei ali, olhando a estrada, pois o carro já tinha ido, a vontade de correr atrás era grande, mas tinha que me controlar, afinal tinha outra vida que dependeria de mim, e como Alpha tenho as minhas responsabilidades.
Saí em direção à floresta com Embry me seguindo, fomos andando e conversando até a clareira, assim que chegamos fomos nos transformar, senti uma sensação estranha, meu peio doeu e eu caí no chão, sem minha permissão meu lobo saiu, explodindo minhas roupas. Eu não estava preparado para o que vi, minha visão falhou, uma dor tão grande me atingiu e não tive outra reação, saí correndo, na tentativa débil e poder ajudar, mas pra minha tristeza, meu coração sabia: Era tarde de mais.

POV DÈBORA

Realmente Lucius cumpria sua palavra perfeitamente, como ele poderia saber que a enfermeira sem graça iria pegar a mãe no aeroporto, como ele poderia saber dos planos de Jake, afinal quem era esse cara e o que ele poderia querer com aquelazinha?

Levantei cedo, conforme sua orientação e me dirigi a La Push, com a desculpa de fazer uma revisão no carro, Jake não iria estranhar, pois ele sempre mexeu em meu carro, não confiava em mais ninguém pra isso. Mas a sorte estava mesmo ao meu favor, vi quando ele abriu a oficina e me aproximei, admito que fiquei triste ao ver seu olhar frio e indiferente, mas com certeza isso era algo que eu mudaria com o tempo. Assim que aquela fulana saísse do meu caminho, eu o consolaria, o teria de volta, o faria ver que eu sou a mulher certa pra ele e nenhuma outra. Depois de nossa breve conversa, senti que ele queria falar algo com seus amigos, poderia ser importante, então pedi para usar o banheiro, sabia bem onde ficava, tinha uma estante na frente cheia de peças, podia me esconder e não ser notada.

Entrei no banheiro, mas deixei a porta entre aberta, de onde estava não podia ser vista, mas podia ouvir tudo. Vi quando ele falou da ia de Quil e a enfermeira a Seattle e exatamente como Lucius disse, ela iria com Quil e um tal de Matt iria acompanhá-los da floresta, como assim da floresta? Confesso que algumas coisas não faziam sentido pra mim: impriting? O que é isso? E que ligação é essa que faz a mulher ter autoridade sobre o homem? Deve ser coisa de índio.
Com medo de ser pega no flagra, resolvi sair logo, pois já tinha a informação que queria, Lucius ficaria feliz, pois seus planos seriam mais fáceis sem o Jake por perto. Na verdade ele não me disse muita coisa, só falou que levaria a enfermeira pra longe, e que precisaria de minha ajuda, que quando eu voltasse Jake estaria desolado por ter sido abandonado e eu o consolaria, ele falou qualquer coisa sobre um ritual, mas eu fiquei tão concentrada em Jake que nem ouvi direito, só queria ter Jake de volta e faria qualquer coisa pra isso.
Assim que saí da reserva peguei meu celular e liguei pro Lucius, ele me atendeu no primeiro toque:
–Então minha cara, como foi com o cachorro?
–Já pedi pra você não chamá-lo assim, porque essa implicância, você nem o conhece.
–Um dia você vai entender, mas me diga, tem novidades?
–Você tinha razão, ela vai a Seattle hoje à tarde, parece que a mãe vai vir pra reserva e ela vai buscar.
–Vai sozinha, ou melhor, com quem ela vai?
–Não. Vai com Quil. Um amigo de Jake e um rapaz chamado Matt vai acompanhá-los da floresta, não entendi essa parte direito. Parece que assim Jake poderá saber o que está acontecendo.
–Hum, vai ser mais fácil do que eu pensava.
–Me diz uma coisa, como você conseguiu isso, quero dizer, como sabia da mãe dela.
–Tenho meus meios, mas posso dizer que às vezes ter um conhecido em uma companhia telefônica tem suas vantagens.
–Você grampeou o telefone dela? Como?
–Minha cara, quando vai entender que nada é impossível pra mim?
–Não sei como ainda me surpreendo com você.
–Precisamos conversar pessoalmente, me encontre na praça perto de sua casa, seja rápida.
–Ok.
Desliguei o telefone e me concentrei em chegar à praça o mais rápido possível. Perguntei-me até que ponto eu estava certa em ajudar um homem que não conheço, a seqüestrar uma pessoa que nunca me fez nada diretamente, a não ser tirar o amor da minha vida. Ao pensar nisso a imagem de Jake veio a minha cabeça e eu sabia a resposta: Ao fim do mundo! Eu iria ao fim do mundo e faria tudo pra ter Jake de volta, mesmo que ele sofresse um pouco eu o consolaria e ajudaria, Jake é minha vida, tenho certeza disso.
Quando dei por mim já tinha chego à praça, vi Lucius sentado em um banco mais afastado, sua imagem serena nem de longe denunciava a pessoa fria e calculista que ele era, apesar de lindo, era sombrio e muito, mas muito assustador. Parei o carro e me dirigi a ele, sendo acompanhada por seu olhar, sentei ao seu lado e logo sua voz de sinos ecoou no ar:
–Chegou à hora da verdade, está disposta a continuar, depois disso não tem mais volta.
–Sim, pra ter Jake eu faço!
–Preste atenção, não podemos falhar, teremos uma única chance, vou precisar de você e de seu carro. Vamos fazer o seguinte...


POV MARIANA


Ao sair-mos da reserva deixamos Jake e Embry para trás. Meu coração doeu ao ver sua tristeza, Jake definitivamente estava muito contrariado em me deixar ir, mas como seu amor por mim era muito grande ele respeitou minha vontade.
Acomodei-me no banco no carona e logo fui ligar o rádio, me senti tão feliz em estar indo ver minha mãe, nosso relacionamento andava meio difícil, mas estando sem vê-la a mais de trinta dias já estava com saudades, até mesmo de nossas brigas que não eram poucas.
Entramos na rodovia que estava calma, algumas pessoas ainda estavam em horário de almoço, o que deixava o movimento tranqüilo. Após alguns metros vi um carro parado, não me era estranho, já o tinha visto em algum lugar, mas não lembrava onde. Vi uma pessoa acenando para nós parar-mos e olhei pra Quil, que estava surpreso com o que via, perguntei:
–Quem é?
–Débora, o que ela faz aqui, achei que o carro estava bom.
–Débora? Ah!
Foi o que consegui dizer, claro que sabia quem era, a ex do Jake, não gostei de vê-la ali olhei Quil, que parecia indeciso, lembrei que Jake me disse para não parar por nada, falei:
–Você confia nela? Pode ser uma armadilha?Jake nos mandou ser cautelosos.
Quil me olhou Surpreso, talvez me achando neurótica, falou:
–Bem, nunca tivemos motivos pra desconfiar dela, sempre foi uma garota legal.
Ele parou o carro e fiquei sentada normalmente ouvindo uma musica qualquer, não quis sair, ela veio até a janela que eu estava e falou diretamente para o Quil:
–Você pode me ajudar, achei que chegaria até amanhã, mas me dei mal, ele parou derrepente.
–Claro, claro, mas tem que ser rápido, estamos com pressa.
–Obrigada Quil, você é um amor.
Quil foi até o carro que estava com o capo levantando, impedindo sua visão em mim, ela me olhou com um ar mortal, um arrepio percorreu meu corpo, ao olhar seu carro vi uma silueta dentro, tinha alguém escondido lá, foi tudo muito rápido.
Ela abriu a porta do carro e colocou algo em meu rosto, o cheiro era forte, eu me debatia, mas não conseguiria fazer muita coisa, pois a inconsciência estava me dominando, me senti totalmente grogue e incapaz. Quil notou o que acontecera e veio rápido ao meu encontro, porém alguém saiu do carro o surpreendendo e o mordendo no pescoço, Quil caiu no chão tremendo convulsivamente, logo vi mais duas figuras pálidas com olhos vermelhos vindo em minha direção.
Débora se afastou dando especo e uma voz falou baixo em meu ouvido:
–Eu disse que voltaria minha cara, agora você é minha.
Meu coração bateu rápido e forte, era o vampiro da praia, apesar de estar grogue ainda tinha noção das coisas ao meu redor. Ele me colocou no carro, no banco de trás, Débora foi para a direção, ele falou algo pra ela que não entendi, olhei pra trás e vi um lobo se aproximando rapidamente, mas as duas criaturas que estavam do lado de fora o pegaram e jogaram longe, tenho certeza que seus ossos foram quebrados, ele caiu no chão sucumbindo ao golpe, seu corpo mole, o sangue saindo pela boca e nariz. Rapidamente eles o pegaram e agarraram seu corpo, o esmagando completamente.
O desespero me dominou, tentei gritar, mas minhas palavras soaram como um murmúrio desesperado:
–Por favor, não os machuquem.
O vampiro olhou para Débora friamente, e disse:
–Dirija!
Ela rapidamente colocou o carro em movimento, não disse uma palavra, apesar de estar visivelmente assustada com o que viu, senti a porta do carro ser aberta e os outros dois entraram no carro, um na frente e outro atrás, o vampiro falou:
–Ficaram vivos, mas não por muito tempo, infelizmente o Alpha não veio, sinto muito, mas ele continuará vivo.
–Não se preocupe meu caro, ele virá, tenho certeza, mas temo que pra ele seja tarde de mais.
Dito isso ele me olhou, me deixando mais desesperada, tentei me livrar de seu abraço gélido e duro, mas ele notou e disse:
–Você vai me agradecer por isso. Acredite, vai ser melhor assim.
O outro vampiro pegou uma seringa, senti algo sendo injetado em meu braço, meu coração foi desacelerando e fui ficando mole, a única coisa que ainda via eram aqueles olhos vermelhos intensos, com muito esforço olhei para Débora que via tudo pelo retrovisor e falei:
–Por quê?
Ela abriu a boca para responder, mas a escuridão me tomou e não vi mais nada.


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