Tempo de Recomeçar - 14° Capitulo


POV NARRADOR
Débora dirigiu o mais rápido que pode, seu coração batia descontroladamente, sentia dentro de si que havia cometido um grande erro. Ao ver Mariana desmaiada nos braços do homem misterioso se deu conta de que provavelmente ele faria algo muito ruim com ela, e que se isso ocorresse Jake jamais a perdoaria. Mesmo hesitante e receosa resolveu obedecer às ordens de Lucius, que a olhava fria e intensamente, cada movimento dela era vigiado.
Chegaram a casa, onde Lucius mantinha a prisioneira, havia mais seres daqueles misteriosos e assustadores, Mariana foi retirada do carro e rapidamente levada para casa, uma caminhonete grande e potente esperava ligada na frente, com certeza seria rápido para chegarem a onde quer que fosse. Achou que ficaria na cidade e que estaria livre para consolar Jake, pois ele sentiria falta de sua amada, pensou em Quil, e só agora depois de passada a adrenalina, se deu conta do grande lobo que fora machucado por aquelas criaturas, não havia se dado conta de o quão grande e assustador ele era, com certeza jamais teria visto um lobo daquele tamanho antes.
Uma mulher linda, mas igualmente sombria e pálida se aproximou dela, os outros se mexiam tão rápido que mal se podia ver, eram apenas vultos, mas Débora tinha noção que eles estavam preparando tudo para uma viagem, e achava em sua ingenuidade que não os acompanharia. Logo a mulher lhe falou:
–Vamos, seja rápida, temos roupas limpas pra você em um dos quartos, tome um banho e coloque-as, não temos muito tempo.
Débora se assustou, seu coração disparou e Lucius a olhou de cima da escada, viu o medo e a hesitação no olhar da humana, que apenas agora se dava conta aos poucos que aquelas criaturas não eram normais e que sua vida com certeza corria perigo. Usou uma máscara de bondade e cordialidade, reservada para momentos como esse, seu olhar hipnotizante com certeza a deslumbraria e ele usaria isso a seu favor. A passos humanos se aproximou da bela mulata e disse com uma voz calma e sensual:
–Não se assuste minha cara, é uma viagem de dois dias, sua presença é indispensável, faremos o ritual do qual já lhe expliquei, na volta você terá seu nativo de presente eu lhe prometo.
Ao ouvir sua promeça não pensou duas vezes e se dirigiu as escadas, que levavam aos quartos, Eleonor a seguiu e indicou o quarto que ela deveria entrar o que ela fez prontamente, encontrando em cima de uma grande cama um vestido branco, com mangas longas e uma capa preta com capuz, que deveria ser posto por cima. A mulata se dirigiu ao banheiro e logo começou a tirar suas roupas, tomando um banho quente e permitindo seus músculos relaxarem.
Assim que acabou o banho, vestiu-se com as roupas indicadas e se dirigiu ao andar de baixo, notou uma moça sendo carregada, assim como Mariana, desacordada, não entendeu aquilo, talvez tivesse algo a ver com o tal ritual, mas mais uma vez temendo por sua vida, não perguntou nada, viu um homem se aproximar dela, o mesmo que havia entrado no carro com a seringa, o homem sem dizer nada pegou se braço e injetou um liquido, ela sentiu um leve formigamento e aos poucos foi adormecendo, apenas escutou quando ele disse:
–É uma viagem longa, vai ser melhor assim, seu corpo humano ficaria muito cansado.
Ao som dessas palavras deixou a inconsciência a tomar, só pensava na hora que tudo isso acabasse, faria sua parte no trato e voltaria para os braços quentes de seu índio, só pensava nele e na cabeça dela era por ele que o fazia.
Enquanto isso a muitos km dali Karmia caçava um urso pardo, já tinha abatido dois leões da montanha, alguns cervos, mas o urso com certeza a deixaria mais forte. Sabia que se tivesse que enfrentar alguns vampiros fisicamente não teria muito sucesso, mas estaria disposta a tudo para recuperar sua filha, e até quem sabe não fazer o tal ritual que prejudicaria a vida do lobo e sua amada. Lembra-se de um tempo distante onde seu coração ainda batia e se identificava com Mariana.
Um mau pressentimento percorreu seu corpo, não gostava quando tinha tais sensações, resolveu voltar rápido para a caverna, onde esperaria Eleonor para ver sua filha, o que só ocorreria no dia seguinte, tinha esperanças de que aquele mau pressentimento não fosse nada e sua pequena estivesse bem.
Assim que chegou a caverna sentiu um cheiro diferente, vampiro, mas os que ela havia camuflado, pois se fosse não o teria sentido, entrou um pouco mais ao fundo, já que seus olhos viam perfeitamente e notou um homem (vampiro) sentando ao longe, no fundo da mesma, Karmia foi cautelosa, quis evitar aproximação, pois temia por sua vida, ele parecia muito forte, e tinha olhos vermelhos, o que o deixava mais forte ainda, sabia que não adiantaria fugir então se pronunciou:
–Boa tarde, em que posso ajudá-lo?
O homem a olhou de cima a baixo, avaliou cada parte de seu corpo demoradamente, Karmia ficou inquieta, sentiu seu corpo formigar apenas por aquele olhar, já ouvia falar sobre isso, diziam que quando vampiros encontravam sua companheira eram tomados por um sentimento único, tão forte que seriam capazes de destruir montanhas para ficar juntos, era um sentimento instantâneo e avassalador, ela sabia que isso era verdade, se não, Lucius não estaria fazendo tudo para ter Anelise de volta, mesmo com o passar dos anos ele ainda a amava.
Quando se deu conta ele já estava a poucos centímetros de seu corpo, sentiu seu coração bater, mesmo estando morto há tanto tempo, podia ter certeza de que batia, viu nele as mesmas reações e teve esperança de que fosse um amigo, mas sua alegria durou pouco, pois logo ele falou algo que a desagradou muito:
–Tenho ordens para levá-la ao local do ritual, Lucius não quer atrasos, ele já partiu, mas como você não estava me mandou esperar, você sabe onde fica, por tanto vamos logo para não haver problemas.
Karmia ficou estática, como assim ele já havia ido, ainda tinham seis dias para o ritual e ela nem tinha visto sua filha, não sabia se estava bem, ou viva pelo menos, e Mary, se ele já foi significa que ...
–Como assim já foi? Ainda temos seis dias, por que a mudança de planos?
–Não é de minha alçada discutir as ordens dele, o que sei é que tenho que levar você e foi por isso que fiquei te esperando aqui, vamos pelo mar, que é mais rápido.
A bruxa tentou parecer indiferente, mas não teve muito sucesso, por outro lado o vampiro se sentia incomodado por sua presença, mas não podia trair Lucius, pois lhe devia a vida, foi ele quem o transformou a mais de cinqüenta anos e o salvou de uma morte certa nas mãos de uma gangue nas ruas de Nova York, prometeu que quando o mesmo precisasse estaria à disposição, fora chamado há dois dias, com a missão de levar a bruxa até o local do ritual, depois estaria liberado para viver sua vida, sem dividas pendentes, mas não esperava que a vida lhe trouxesse sentimentos tão novos, fortes e avassaladores, nunca sentiu nada assim antes e travava dentro de si uma batalha, pois nesse momento desejava levar aquela vampira para bem longe de tudo aquilo e tomá-la para si, mas a razão lhe dizia que tinha que cumprir sua missão, pois Lucius não seria piedoso, o mataria sem pensar duas vezes.
Viu que a bela mulher o olhava confusa, viu muito medo em seu olhar, mas nada podia fazer, só quem sabe, depois que tudo isso acabasse, poderia lhe propor algo, mas no momento estava de mãos atadas.
–Minha filha foi levada junto? Ela está viva?
A voz baixa e rouca da vampira o despertou e num impulso se aproximou mais e segurou seu rosto com as mãos, olhou dentro de seus olhos dourado e falou:
–Escute mulher, por favor, lhe imploro não me obrigue a nada que eu não queira fazer, não sei lhe responder essa pergunta, agora vamos, para que isso termine logo e depois nós conversamos.
–Havia humanos com ele, quantos eram?
–Três, estavam sedados para poderem agüentar a viagem, sem ter que parar, iria de carro até certo ponto, depois iriam pela floresta, sendo carregados pelos vampiros aliados de Lucius. Ele não quis fretar um vôo pois as humanas chamariam a atenção e nesse momento para ele descrição é tudo.
–Você é um de seus aliados? Por que esta fazendo isso? Sabe que essas três pessoas terão suas vidas destruídas e que além delas, suas famílias também vão sofrer muito, como pode colaborar com isso.
–Não tenho nada com essa história, nem quero me meter, mas tenho uma divida com Lucius, vou paga-la levando você, o resto não é problema meu.
Suas palavras foram firmes e fortes, o coração de Karmia se entristeceu, como podia se sentir assim tão atraída por alguém tão frio e sombrio, mas sentia que ele não era assim, não totalmente, havia algo bom nele, ela podia sentir, resolveu ser sincera:
–Uma das garotas que foi levada é minha filha, ela vai morrer, como consegue achar que não tem nada com isso, você poderia me ajudar a salva-la, me ajudar a fazer alguma coisa, não quero que ninguém se machuque.
–Por favor, não me envolva mais do que já estou nisso, não imagina o quanto me controlo pra não tomar você pra mim agora mesmo, seu sofrimento é o meu, mas infelizmente somos apenas dois e eles são oito,e deve ter mais no local, não podemos fazer nada, talvez se você fizer o que ele quer, sua filha sobreviva.
–Duvido muito, Lucius irá matá-la de qualquer jeito.
Ela soltou as mãos do vampiro, que ainda estavam em seu rosto e sentou-se arrasada no chão, chorou um choro sem lágrimas e ficou totalmente apavorada, pela primeira vez desde que se tornou uma vampira sentiu falte de ar, ficou tonta até. O vampiro, compadecido de seu sofrimento a pegou no colo e se pôs a correr, queria chegar logo e acabar com isso. Logo ela sentiu o cheiro de mar, lembrou-se dos lobos de La Push, imaginou que Jacob acharia que ela o traiu, mas infelizmente não tinha mais volta, sua filha estava prisioneira e nem sabia ao certo em que ponto da viagem eles estavam, um resgate não seria possível, teria que fazer o ritual e esperar que Lucius cumprisse sua parte.
Ouviu passos atrás de si e viu um lobo enorme cor de areia os seguindo, o vampiro também notou e colocou mais velocidade em seus movimentos, o lobo quase os alcançou, chegou a morder a camisa do vampiro, mas infelizmente não foi o suficiente para pará-lo.
Karmia o olhou e disse em um tom suplicante e muito baixo, mas que tinha certeza de que o lobo a ouvia:
–Eu sinto muito Jake, não foi minha culpa, não sabia de nada.
Então sentiu o ar mudar e viu o lobo ficando distante, o vampiro havia pulado de um penhasco, sabia que o lobo não viria, pois não eram bons nadadores, mas antes de cair no mar gelado e desaparecer ela disse:
–Procure Carslaile!
E desapareceu com o vampiro, indo para o seu destino, triste por ter sido tão impotente e esperançosa que tudo desse certo.
POV SETH
Acordei desnorteado, o uivo de Jake era sofrido, tenso, com certeza tinha alguma coisa errada, pois nunca o tinha visto uivar assim. Rapidamente pulei a janela de meu quarto e corri para a floresta, me transformando assim que entrei na mesma. Vi a movimentação na cabeça de meus irmãos, muitos pensamentos me atingiram de uma só vez e a imagem de Jake, nu, a beira da estrada, sugando o sangue do pescoço de Quil, que pelo que entendi havia sido mordido por um vampiro, e Matt, todo machucado, em forma humana, sangrando muito, sendo carregado pelos garotos até o carro de Mary.
Mary! Ah meu Deus, a ficha caiu, eles a levaram!
Cheguei ao local onde jazia o corpo de Matt, os machucados foram muito profundos, seu corpo não conseguiu se regenerar estava totalmente esmagado, parecia ter sido atropelado por um caminhão, seus olhos abertos e fora de foco à falta de batimentos cardíacos nos deram total certeza de que havíamos perdido um irmão, que apesar de recente na matilha, era muito querido.
Olhei Jake desesperado por causa de Quil, seu coração batia fraco, mais lendo do que de um humano comum, podia sentir ainda o cheiro de veneno de vampiro, assim que Jake sentiu seu sangue limpo o levamos para o hospital, colocamos os dois no banco de trás e fomos o mais rápido possível,Jared me acompanhou. Jake, Embry e Paul foram para a casa de Débora, pois pela visão de Matt, era o carro dela que estava na estrada, e foi nele que levaram a Mary. Sempre achei que Débora fosse uma garota legal, como ela pode?
Chegamos ao hospital e logo um enfermeiro veio perguntar o que ouve, olhei para Jared pedindo para que ele me ajudasse, ele entendeu e falou:
–Não sabemos o que ouve, os encontramos na estrada, acho que foram atacados ou atropelados, e não prestaram socorro.
–São seus amigos? Os conhecem?
–Sim, moram na reserva, assim como nós.
Logo o enfermeiro levou Quil, outra maca foi trazida e o corpo de Matt fora colocado sem vida nela, Charlie foi chamado e nos ajudou nos tramites legais, ele acreditou que fora um atropelamento, pelo que viu no corpo de Matt, era realmente o que parecia.
Para nossa sorte uma prima de Quil trabalhava no laboratório do hospital, e conseguiu adulterar os resultados do exame de sangue que fizeram nele, o médico não achou nada anormal, disse que ele havia sido atacado pelo mesmo animal que seu avô há alguns dias atrás, precisaria de sangue e com o tempo seu corpo se regenerara. Prontamente doamos sangue para ele, que foi colocado em um quarto, com sinais de vida quase normais, nosso sangue era forte e o ajudaria, mas o deixaria fora de ação por alguns dias e isso pra ele seria pior que qualquer coisa. Apesar de ainda estar inconsciente sua melhora era visível.
Fui para a recepção liguei para casa de Sam, Emily disse que ele, minha mãe, o Senhor Atera e Billy já estavam vindo para o hospital, ainda não haviam dito nada para a família de Matt ou para a mãe de Quil. Com certeza não seria uma missão fácil de cumprir, a tristeza era grande, a dor de perder um irmão era imensa, mas para uma mãe perder um filho era muito pior.
Assim que desliguei o telefone ouvi o barulho do carro de Sam, fui até o estacionamento, meus olhos marejados, a preocupação com tudo que estava acontecendo, nossas vidas viradas de cabeça para baixo, abracei minha mãe e chorei, o desespero foi grande, achava que não poderia fazer nada para salvar Mary, perdi um amigo e quase perdi outro, isso definitivamente acabou comigo.
Dona Sue me surpreendeu, afagou minhas costas e sem seu tom calmo me tirou do momento de desespero:
–Se acalme meu filho, você é um guerreiro, haja como tal, seus amigos precisam de você firme e forte, sei que é capaz.
Ela tinha razão, não me lamentaria, não agora, deixaria pra chorar tudo que tinha direito depois, não seria eu a trazer mais dor e sofrimento. Os levei para ver Quil, o Senhor Atera agradeceu em nossa língua por seu neto estar vivo, Billy foi até onde o corpo de Matt estava coberto por um lençol, antes branco, e agora coberto de sangue. Logo todos do conselho estavam em volta do corpo sem vida, falaram varias palavras em nosso dialeto e disseram:
–Descanse em paz, lobo guerreiro, vá tranqüilo, pois já cumpriu sua missão.
Sam avisou os pais de Matt, que chegaram poucos minutos depois, o desespero de sua mãe acabou comigo e me deu mais vontade ainda de ir atrás daquele vampiro desgraçado e acabar com a sua vida. Inevitavelmente comecei a tremer, minha mãe notou meu descontrole e me mandou voltar a La Push, pois poderia ter mais vampiros por lá e nosso povo estava indefeso, apenas o outro novato tinha ficado por lá, e ele nem sabia lutar direito ainda, Jared iria ficar com eles no hospital por segurança, poderiam voltar para matar Quil e não agüentaríamos perder outro irmão.
Corri rapidamente para a floresta, atrás do hospital e me transformei, forcei minhas patas o mais rápido possível, vi pela mente de Jake que não encontram Débora, ela não fora para sua casa, não achavam o rastro de Mary em lugar nenhum, nem dos vampiros, Jake estava desesperado, correu por toda Forks, apenas encontrou uma casa abandonada e um bilhete que o desgraçado deixou. Sua dor era tão grande que parecia que a qualquer momento o grande lobo morreria. Pediu a Paul e Embry que continuassem procurando, foi até a casa de Mary, queria ficar sozinho, já faziam mais de duas horas que ela tinha sumido, e com certeza já estariam longe, ele precisava colocar a cabeça pra pensar, não o senti mais, apenas Paul e Embry estavam procurando, eu me juntaria a eles, desviei meu curso, pra ir em direção a fronteira, senti um cheiro de vampiro e logo o vi carregando a bruxa.
Corri o mais rápido que pude, os garotos vieram em minha direção, mas estavam longe, não chegariam a tempo, eles estavam correndo o máximo que podiam, mas não era o suficiente, pouco antes de chegarem ao penhasco à bruxa falou:
–Eu sinto muito Jake, não foi minha culpa, não sabia de nada.
Forcei minhas patas mais ainda, quase peguei a roupa do vampiro, mas ele fora mais rápido e se jogou no mar, que estava revolto, eu não teria a menor chance na água gelada, eles me matariam fácil se quisessem, então antes de desaparecer no mar negro e revolto ela gritou:
–Procure Carslaile!
E sumiu, me deixando totalmente confuso.
Vocês ouviram o que ela disse?
Sim Seth, temos que falar com Jake, ele não vai gostar nada disso. –Falou Embry, totalmente desconfiado.
Se for o único jeito de encontrá-la Jake vai ter que procurar os Cullens! Não gosto dos fedorentos, mas o doutor é muito velho, pode saber de algo que possa nos ajudar. –Falou Paul.
Você ta certo, vamos até a casa de Mary falar com Jake, ele quem deve resolver o que fazer, se quiser ir atrás deles vamos ajudar!
Então fomos correndo para La Push, Jake deveria estar destruído, mas ainda tinha uma esperança, o tal ritual só seria feito daqui a alguns dias, então ele ainda poderia salva-la. Corremos e logo estávamos em frente à pequena casa, Jake falava com alguém ao telefone, seu desespero era evidente, entramos sem bater, vimos uma cena lamentável, triste.
Jake chorava segurando o telefone, e murmurava:
–Ela não vem! Ela não vem!
Não entendi o que ele quis dizer perguntei:
–Jake mano, se acalme, vamos conversar nos conte quem não vem?
–A mãe de Mary, ela ligou para saber da filha, disse que estava adorando o novo apartamento e que o marido arrumou um emprego em um restaurante, ela ligou para dar a noticia, estava feliz, queria compartilhar com Mary.
–Como assim, ela não vem? Mas ela não ligou ontem dizendo que vinha?
–Sim Embry!
–Eu não entendo.
–É simples: FOI UMA ARMAÇÃO!
Então entendi tudo, o vampiro tinha mentido, a mãe de Mary nunca havia pensado em morar em La Push, e Débora o havia ajudado. Como ele conseguiu fazer isso, ele tinha o nº da Mary, e a voz, como foi imitada? Ele com certeza era mais ardiloso do que agente pensava, tinha muitos anos de prática para ferrar a vida dos outros. Driblou-nos direitinho. Então ele continuou:
–E Débora, como ela pode fazer isso comigo! Eu sei que ela ficou magoada, MS se juntar a vampiros, tirar a razão de minha vida! Se eu vê-la arranco a cabeça dela, não quero saber se ela é humana, eu a mato!
Meu amigo estava totalmente fora de controle, eu teria que ter jeito para falar com ele, respirei fundo, Paul e Embry me olharam incentivando, me concentrei e falei:
–Jake, aconteceu uma coisa na floresta, acho que podemos ter esperanças, foi o seguinte...
POV JACOB
Meu mundo caiu! Fui esmagado por uma dor que não tem tamanho, minha Mary foi levada, tirada de mim por aqueles que eu mais odeio, além disso, meus amigos e irmãos foram mortos e feridos. Ao chegar ao local do ataque vi que Matt não tinha chances, logo a alcatéia estava comigo, me concentrei em Quil, pois ele ainda tinha chances, sabia que era perigoso, pois se engolisse o veneno poderia morrer, mas não agüentaria perder mais ninguém, Quil sempre foi um dos meus melhores amigos, faria tudo por ele.
Encarreguei Seth e Jared de levá-lo para o hospital, e o corpo de Matt, nosso primeiro irmão lobo a morrer nas mãos de um vampiro, não evitei a tristeza que me invadiu seguida por raiva. Chamei Embry e Paul para me ajudar a procurar Mary, mandei o outro novato ficar nas redondezas e se sentisse algo nos avisasse, fomos direto para a casa de Débora, mas infelizmente ela não estava,não tinha sinal dela em lugar nenhum, era como se tivesse desaparecido. Paul falou de que talvez ela estivesse camuflada também, ou que apenas estivesse dentro de algum veículo e que isso esconderia seu cheiro, mas não desistimos, corremos por toda a cidade, hora como lobos, hora como homens, as pessoas nos olhavam, mas nem nos preocupávamos, minha ância de achá-la era tanta que nem me apeguei nos detalhes.
Depois de muito tempo de procura encontramos o carro de Débora em frente a uma casa grande , afastada do centro, entramos arrombando a porta antes trancada, olhamos em cada cômodo e tivemos a certeza de que Mary esteve ali, pois suas roupas estavam jogadas em um banheiro de um dos quartos e seu celular ainda estava no bolso. Fiquei desesperado, como a encontraria, sem cheiro ela ficava invisível pra mim, não tinham rastros nem nada, em pânico gritei:
–O QUE FOI QUE EU FIZ? COMO VOU ACHÁ-LA AGORA? PRA ONDE A LEVARAM! CADÊ AQUELA MALDITA BRUXA!
Senti as mãos de Embry segurando meu braço, vi que ele dizia algo mas não prestei atenção, nesse momento Paul surgiu com as roupas de Débora que estavam em outro cômodo, e ao contrario das de Mary, seu cheiro era forte ali, ela não tinha sido camuflada, mas mesmo assim, quando saiu daqui não deixou rastros. Resolvi procurar mais pela casa, olhamos cada cômodo, cada pedaço de parede, cada móvel, tinha que ter algo ali. Então encontrei um bilhete com uma caligrafia muito bem escrita, em cima de uma escrivaninha no escritório, dizendo:
“Conforme-se, ela me pertence, nunca deveria ter posto suas patas nela, mas se achar que deve procurá-la, estarei esperando e ansioso para que tenha sua morte lenta e dolorida, conforme merece!
Lucius “
Não agüentei e me transformei ali mesmo, rasgando minhas roupas e uma poltrona e a escrivaninha que tinha na peça, sai correndo quebrando a janela, voltei a La Push, minha dor era insuportável, queria ir a casa dela, tinha que pensar, tinha que ter um jeito. Senti Seth se transformando e fiquei tranqüilo, vi na mente dele que Quil sobrevivera e infelizmente o desespero da família de Matt, teria que dar a ele um enterro de guerreiro que ele merece.
Paul e Embry continuariam procurando junto com Seth, fui para casa dela pela floresta e como não vi ninguém na rua corri entrando pela janela, os visinhos iriam estranhar me ver correndo nu pela rua, tive que ser rápido. Chegar ali não ajudou em nada, ver suas coisas, seu cheiro ainda presente naquele lugar, cai no chão e chorei, deixei as lágrimas lavarem meu rosto, toda minha dor, todo meu sofrimento sento colocado pra fora, como chicotadas em meu corpo, meus soluços eram fortes e audíveis, por quê? Eu me perguntava, será que eu não tinha direto a ter uma vida feliz como todos os outros, simplesmente conhecer alguém, me casar ter uma família, sem esses malditos vampiros, tudo por causa deles, é a segunda vez que perco alguém que amo para um vampiro, mas dessa vez é pior, dói muito mais, ela não foi porque quis, ela foi seqüestrada e eu tenho que fazer alguma coisa, não vai ser assim tão fácil pra ele, vou lutar enquanto meu coração bater, e se ele quiser me matar, morrerei feliz por poder ajudá-la. Morrerei tentando.
Fui até o quarto pegar uma roupa, olhei nossa cama, o lugar onde tivemos nossa primeira noite de amor, onde tivemos tantos momentos felizes e onde eu a fiz minha mulher, minha companheira. De repente o telefone tocou, fui até a sala sem muita vontade de atendê-lo, mas pra minha surpresa era minha sogra, ela perguntou por Mary, não sabia o que lhe dizer, não poderia dizer que sua filha fora seqüestrada por um vampiro.
Mas pra maior surpresa ainda, ela começou a tagarelar sobre o novo apartamento, o emprego do marido e de como estava se sentindo feliz em Boston, deixou um beijo para Mariana e pediu que ela lhe desse retorno, dizendo que assim que se estabilizassem nos fariam uma visita, despediu-se rapidamente e fiquei atordoado. Comecei a chorar novamente, desesperado, senti a presença de meus irmãos se aproximando, mas só o que eu conseguia dizer era:
–Ela não vem! Ela não vem!
Olhei pra Seth, visivelmente confuso ele falou:
–Jake mano, se acalme, vamos conversar nos conte quem não vem?
–A mãe de Mary, ela ligou para saber da filha, disse que estava adorando o novo apartamento e que o marido arrumou um emprego em um restaurante, ela ligou para dar a noticia, estava feliz, queria compartilhar com Mary.
–Como assim, ela não vem? Mas ela não ligou ontem dizendo que vinha?
–Sim Embry!
–Eu não entendo.
–É simples: FOI UMA ARMAÇÃO!
Então eles entenderam que foi armação, lembrei de Débora, que foi parte importante nisso, uma raiva tomou meu corpo, falei:
–E Débora, como ela pode fazer isso comigo! Eu sei que ela ficou magoada, Mas se juntar a vampiros, tirar a razão de minha vida! Se eu vê-la arranco a cabeça dela, não quero saber se ela é humana, eu a mato!
Eles ficaram tensos com minha declaração, claro que não me permitiram matar um humano, mas minha raiva era tanta que tinha que extravasar, Seth me olhou pesaroso, disse:
–Jake, aconteceu uma coisa na floresta, acho que podemos ter esperanças, foi o seguinte: depois que você se destransformou eu mudei meu rumo para me juntar a Embry e Paul, então senti um cheiro de vampiro e logo vi que a bruxa era carregada por um cara, um vampiro que pulou com ela no penhasco e fugiu pelo mar.
–Como assim, ela me enganou, também está junto nessa? Eu não acredito, eu sou burro, burro e ingênuo, quando vou aprender a nunca confiar em um vampiro!
–Clama, acho que ela não te enganou, vi o quanto ela estava sofrendo, ela disse que sentia muito e ...
–E o que? Fala logo Seth!
–Ela disse pra você procurar Carslaile.
Não acreditei no que ele disse, como assim, o que o Doutor tem haver com isso, por que procurá-lo? Isso significaria ver toda sua família e não queria ver Bela com seu fedorento, eu não queria isso, na verdade não queria nunca mais falar com qualquer um deles, queria apenas seguir minha vida, mas estava impossível de fazer qualquer coisa que não envolvesse vampiros, Paul vendo meu debate interno tomou a frente pela primeira vez e falou:
–É o seguinte: Eu sei o quanto você está sofrendo, acredite, além de ter visto em sua cabeça, se fosse com Raquel eu enlouqueceria. Por isso não acho que seja hora para orgulho, acredito que se o Cullen tem alguma informação que possa ajudar é válida, pois sei o quanto ela é importante pra você, mesmo sendo um sacrifício grande, pela vida dela, vale apena com certeza.
Suas palavras me atingiram em cheio, com certeza qualquer coisa para ter Mary de volta valeria apena, mesmo que para isso tivesse que pedir ajuda para aquele que considero um ser desprezível e arrogante: Edward Cullen.
–Tenho certeza que eles ainda estão no Alaska, fazem apenas três anos Bella ainda deve estar tentando se controlar, podemos ir até eles, o Doutor não se negará de nos ajudar, ele é melhor que muitos humanos que conhecemos. Os ajudamos antes, está na hora de cobrar o favor.
Seth começou a tagarelar e eu tomei minha decisão:
–Vamos reunir o conselho, partiremos hoje à noite, não podemos perder tempo.



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