Tempo de Recomeçar - 18° Capítulo



POV DÉBORA
Silêncio, a sensação de vazio e mal estar tomava meu corpo, nem o barulho normal da floresta podia ser ouvido, nada, simplesmente nada. Depois do que eu acredito ter sido uma briga entre aquelas criaturas horríveis e aquela fumaça roxa com cheiro fortíssimo de incenso, nada mais foi dito ou ouvido, notei uma movimentação na primeira tenda, alguma conversa, mas nada definido, meus ouvidos não estão ajudando muito, principalmente quando se é sedada por horas e acorda desorientada.
Lembro de ter adormecido em uma casa, ter acordado aqui e depois adormecer novamente, acordei com uma briga, uma discussão, pelo que entendi alguém fugiu, e alguém tentou matar alguém: confusão era nisso que se resumia minha cabeça. Nada fazia sentido, nada mais tinha razão de ser: Burra! Sim eu sou muito burra e estúpida! Como não percebi o mau que me rondava, aquela criatura cruel na verdade nunca pensou em me ajudar, apenas me usou para seu próprio bem, eu fiquei sega, fui egoísta de mais, e Mariana? Meu Deus, Jacob jamais vai me perdoar, e pensar que eu fiz isso por vontade própria, provavelmente vou morrer por conta de minha burrice e egoísmo, justo! Com certeza! Eu mereço isso, mas não quer dizer que não possa tentar me redimir, quem sabe se ajudar Mariana eu consiga pelo menos uma morte rápida.
Levantei, me sentindo tonta, porém reuni minhas forças e saí da tenda, claro que não estava sozinha, uma criatura estava parada, parecendo uma estátua de mármore, seus olhos vermelhos, agora mais escuros do que me lembrava encontraram os meus, ele estava com uma expressão imparcial, não sei dizer o que ele sentia, na verdade acho que não sentia nada, tinha um telefone nas mãos, parecia frustrado. Olhou-me e disse:
–Se eu fosse você voltaria pro lugar de onde saiu.
–Quero vê-la, como ela está?
Claro que ele sabia que me referia a Mariana.
–Por que se preocupa com isso agora? Afinal de contas foi graças a você que ela foi pega, se não fosse por sua ajuda, nada disso teria acontecido.
–Acreditaria se eu dissesse que não sabia no que estava me metendo?
–Sim, Lucius tem uma grande capacidade de persuasão, ele com certeza viu o que você necessitava e usou isso a favor dele, por tanto, mesmo que você não tivesse colaborado deliberadamente, teria feito, ele consegue tudo o que quer.
–Isso não me faz sentir melhor. Qual seu nome?
–Pierre.
–Eu vi você no carro, foi você quem sedou a moça, e agora a salvou? O que houve?
–Sim, Lucius é um irmão pra mim, eu vejo o sofrimento dele por todos esses anos e vou fazer tudo o que puder para ajudá-lo. Ele realmente amou Anelise e se essa garota for à única chance dele, eu faço o que for preciso. O que houve aqui não é de sua conta.
–Vou morrer aqui não é?
–Sim, você foi trazida para servir de alimento, pois quando o ritual for feito, ela precisará de sangue humano para que o mesmo fique completo, aí você entra.
–Por que eu, ele pode pegar outra pessoa qualquer.
–Não, a pessoa deve vir até aqui por livre e espontânea vontade.
–Oh!
Fui tudo o que eu consegui dizer, então na verdade eu mesma me condenei, acredito que nada mais pode ser feito pra mim, pois mesmo que me safe dessa, Jake jamais vai querer olhar na minha cara novamente, uma luz brilhou em minha cabeça, falei:
–Posso dar uma volta por ai?
–Aonde vai? O que pensa que vai fazer?
–Nada, afinal de contas sou apenas uma humana.
–Não se faça de boba, saiba que lá fora tem vários vampiros e alguns lobos, que nesse momento devem estar lutando para chegar até aqui, alguns querem salvar a garota outros que o ritual seja feito, você não gostaria de ficar no meio deles, gostaria?
–Na verdade não quero sair da caverna, quero entrar mais nela, já que vai ser minha tumba, quero vê-la melhor antes de morrer.
–isso é mórbido! Mas tome cuidado, Karmia está lá dentro, e apesar de se controlar, ela ainda é uma vampira.
–Tudo bem!
Ele saiu, foi para a abertura da caverna, pelo que o vi estava tentando ligar para alguém, provavelmente Lucius, mas ali dentro ele não conseguia, falei:
–Desculpe!
Ele me olhou cintilando de raiva, com certeza não estava para brinquedo, falou:
–O que foi agora?!
–Bem é que pelo jeito você quer telefonar e aqui dentro não vai consegui, acredite, trabalhei em uma loja que vende telefone, o sinal é péssimo em lugares como esse. Você deveria ficar do lado de fora, ou tentar algum lugar mais alto.
–Acha que sou bobo, ele veio me agarrando pelo pescoço, sei que está tramando algo, não seja estúpida ou eu mesmo acabo com sua raça.
Eu não conseguia respirar, com certeza ficaria com marcas roxas, falei:
–Não consigo respirar...
Ele me soltou e coloquei minhas mãos no pescoço, me abaixei e comecei a tossir, olhei em seus olhos e disse:
–Olhe pra mim, o que eu poderia fazer?
Ele saiu, para fora da caverna, levantei e fui em direção à primeira tenda, não esperava pelo que vi: Mariana estava deitada, em uma cama improvisada, com várias marcas roxas pelo corpo, um dos braços enfaixados, o vestido antes branco agora estava sujo, pela terra da caverna e por seu sangue, com vários rasgos deixando boa parte de seu corpo a mostra, no rosto uma marca que estava bem escura, olheiras em baixo dos olhos, cabelos desarrumados e os olhos ainda úmidos, mesmo inconsciente, ela parecia chorar, me aproximei de vagar, porém fui surpreendida...


POV KARMIA
–O que pensa que está fazendo?
Vi a humana cúmplice de Lucius se aproximando de Mariana, ela parecia tramar algo, deve realmente achar que nós vampiros somos burros, pois Pierre não se deixaria levar por ela, com certeza ele estava próximo o suficiente para ouvir nossa conversa, e mesmo que não estivesse eu não confiava naquela humana, ela já prejudicou Mariana uma vez, pode fazer novamente.
–Nada! Eu só estou olhando, eles a machucaram, e foi feio.
Dei alguns passos para frente e vi que a humana tinha razão, Mariana estava muito machucada, Eleonor tinha feito um belo estrago em seu rosto e em seu braço, mas o importante é que a moça ainda esta viva, então o resto o tempo ajeita, falei:
–Sim, vampiros tendem a ser instáveis, ainda mais uma vampira ciumenta e obcecada.
–Você quem vai fazer o ritual?
–Sim, mas não com ela desse jeito, vamos você vai me ajudar.
Peguei Mariana em meu colo, mas quando fui sair da tenda, Pierre me olhava, com fúria, gritou:
–Onde pensa que vai levá-la?
–Pra tomar banho.
–Por que, logo ela será uma de nós, terá a eternidade para fazer isso.
Eu tinha que pensar, precisava por meu plano em pratica, Mariana tinha que estar perto de mim quando tudo acontecesse se não Lucius poderia transformá-la e isso eu não podia permitir. Falei:
–Pierre, meu caro. Não quero problemas, sou uma bruxa, mas não sou burra, sei que fisicamente você é muito mais forte, pois não me alimento de sangue humano, e não estou afim de perder minha vida por alguém que nem conheço, porém, olhe para ela, toda suja e machucada, quando Lucius chegar as marcas ainda vão estar ali, ele virá para o ritual, e não ficará nada contente.
Ele pareceu ponderar por um tempo, seu rosto não expressou nenhuma emoção, mas seus olhos denunciavam sua preocupação, Lucius poderia achar que ele foi imprudente e responsabilizá-lo pela atitude de Eleonor, falou:
–Faça, mas não demore, ela deve acordar em pouco tempo e ele vai chegar a algumas horas.
Como assim, isso me daria pouco tempo, Rafael ainda não tinha voltado, eu não daria conta de enfrentar os dois sozinha, e onde estava Jacob que não chegava? Disse:
–Tudo bem, no local do ritual corre uma fonte de água quente, o vulcão está inativo, mas ainda tem caloria dentro da terra, vou levá-la.
–E a outra humana?
–Ela vai me ajudar, vamos ter que trocar as roupas e o curativo, vou colocar umas ervas para cicatrização, não se preocupe, vou levar pouco tempo.
–Não se preocupe com isso, na transformação ela cicatriza tudo.
–Ok.
Sai com Mariana em meu colo e Débora ao meu lado, ela estava vacilante, seu coração batia rápido e sua respiração acelerada, seus passos lerdos me irritaram, eu poderia facilmente carregá-la, mas estava ciente de Pierre nos observando ao longe, ele nos daria privacidade, mas estava alerta.
Chegamos ao final da caverna e coloquei Mariana deitada no chão, pedi a Débora que me esperasse e fui até uma das tendas, peguei roupas limpas e um sabonete, não era muito, mas ajudaria a melhorar o cheiro, elas estavam há três dias sem banho, e com aquele calor todo, o corpo delas já não estava com um aroma, digamos, agradável. Enquanto despia Mariana para o banho, vi o terror nos olhos de Débora, as marcas no corpo de Mariana eram grandes e rochas, marcas de mão, denunciando um espancamento, Lucius ficaria enfurecido se visse isso e Pierre seria penalizado, mas coitados deles, se Jacob visse isso.
Durante todo o processo não falamos nada, Débora entrou na fonte e me ajudou com Mary, depois a sequei e a vesti, troquei seu curativo enquanto Débora se banhava fiquei pensando nas minhas possibilidades, se eu saísse dali com elas, poderia encontrar os outros vampiros no meio do caminho, não teria como protegê-las, se ficasse ali, Lucius viria, e até quem sabe me mataria. Ou a todas nós, sim por que mesmo Débora tendo sido a pessoa mais egoísta e idiota da face da terra, ela era humana, eu tinha que salva-la, então resolvi agir:
–Débora, você quer ajudar a concertar as coisas?
Falei bem próxima ao seu ouvido, tão baixo que ela quase não ouviu, ela apenas assentiu com a cabeça, ótimo.
–Cuide de Mariana!
Saí correndo fui até um baú velho que estava trancado e o arrombei, Pierre veio a meu encontro furioso e disse:
–O que pensa que está fazendo?
–Tomando o que é meu! – Disse isso já com meu livro em mãos e uma de minhas armas, uns dardos envenenados.
Ele veio e se chocou contra mim, pegou meu livro, mas num movimento rápido enfiei o dardo em sua mão, na verdade dois deles, ele riu sem humor e disse:
–Sua tola, isso não me fez nem cosquinha.
Eu sabia que o veneno não o mataria, afinal ele não tem corrente sanguínea, mas com certeza ele sentira um desconforto muito grande, isso iria distraílo e me daria vantagem. Ele jogou meu livro pra longe, e se colocou em posição de ataque, eu reuni todas as minhas forças e num movimento rápido eu me lancei contra ele, no exato momento em que ele me atacaria, ele foi arremessado, vi frustração em seu olhar, ele não esperava por isso, fiz um feitiço e o paralisei, o veneno do dardo lhe deixou com uma dor tão grande que ele ficou desnorteado,nunca tinha o feito antes perto dele, pois eles sempre eram muitos, mas com um vampiro eu conseguia acabar.
Andei até ele a passos calmos, mantendo minha concentração, não podia me distrair ou ele se livraria de mim, chamei Débora, que veio correndo, ela ficou assustada com o que viu, falei:
–Seja útil, corte a cabeça dele.
–Como assim?
–No baú, tem uma espada, feita de um metal muito raro, o único que pode perfurar a pele de um vampiro, pegue-a.
Senti minhas forças se esvaindo, Pierre lutava muito para se livrar de meu feitiço e como eu não caçava há vários dias estava ainda mais fraca. Não sei se a humana teria forças para arrancar a cabeça dele, mas se o machucasse já seria o suficiente, então ela o fez. Seu pescoço não foi cortado totalmente, porém sua cabeça pendeu para o lado e ficou pendurada, já seria o suficiente para que ele não conseguisse me matar. Soltei-o do feitiço e num movimento rápido fui até ele arrancado o que lhe sobrara da cabeça, depois fiz uma fogueira e o queimei, junto com tudo que tinha por ali, se Lucius quisesse entrar pela caverna teria que fazer um buraco na parede, pois tenho certeza de que ele não conhecia a outra entrada, isso o retardaria, peguei as tendas, roupas e utensílios e queimei até mesmo meu baú.
Peguei Débora nos braços e a levei ao fundo da caverna, deixando-a com Mariana, voltei à entrada levando as coisas necessárias ao ritual, inclusive o medalhão que era feito de ouro e seria derretido pelo fogo. Olhei meu livro e sem pestanejar o jóquei no fogo, eu já deveria ter feito isso antes e eu jamais faria o tal ritual outra vez, agora só me restava tirar as humanas dali e tentar se rápida, para que Jacob me encontrasse antes de Lucius.
Voltei ao fundo da caverna e Mariana estava dando sinais que em pouco tempo acordaria, Débora estava chorando, extremamente assustada, mas não falou nada, a peguei e coloquei em minhas costas, subi com ela pela parte íngreme da caverna, que antes deveria se utilizada pelas lavas ferventes do vulcão quando este entrava em erupção. Chegamos ao topo e o dia estava amanhecendo, vi uma fogueira ao longe, com certeza eram vampiros sendo queimados, só torcia que não fossem os Cullens, seria a nossa única salvação.
Deixei Débora sentada e voltei para pegar Mariana, a fumaça agora invadia o lugar, Mariana ainda dormia, mas por pouco tempo, a peguei no colo e comecei minha subida, dessa vez mais devagar, pois ela estava desacordada, se a deixasse cair seria mortal para ela,mas ao chegar tive uma triste surpresa, uma voz muito conhecida ecoou em meus ouvidos, vi Débora em pânico, seus olhos arregalados e o coração disparado, olhei pra trás um par olhos vermelhos escarlate encontraram os meus, falou:
–Onde pensa que vai, minha querida?
Olhei e me deparei com Lucius, mais dois vampiros, seu sorriso sarcástico me aterrorizou, eu com certeza não daríamos conta dos três, mas não me entregaria fácil. Peguei Mariana e a coloquei no chão, ele observava cada um de meus movimentos e vi raiva em seu olhar, assim que ele constatou que ela estava machucada, disse:
–Que diabos vocês fizeram? Não posso me ausentar por um momento que tudo vira uma bagunça!
Não falei nada, fiquei apenas pensando no que eu poderia fazer, minhas opções eram poucas, eles eram três que bebiam sangue humano, eram muito mais fortes que eu, além do mais eu tinha duas humanas para proteger, o que me deixa em desvantagem maior ainda. Ele viu meu estado, minhas olheiras e olhos escuros denunciavam minha fraqueza, e em um movimento rápido ele me empurrou, fui arremessada para fora da colina, caí a vários metros de altura, senti meu corpo batendo nas árvores e o baque do meu corpo no chão, fiquei imóvel, sentia tanta dor que jamais julguei possível, então o enorme lobo castanho avermelhado veio até mim e falei:
–Rápido Jake, ele vai transformá-la!
POV NARRADOR
Após Seth sair correndo com Safira em seu lombo, os lobos e os Cullens se colocaram a volta de Alice para que a mesma lhes dissesse o que via e assim montassem suas estratégias. Todos estavam inquietos e muito impacientes, Alice parecia frustrada, pois por ter lobos envolvidos não via nada nitidamente, só sabia que os vampiros se espalharam, eram onze, viriam de vários lados e que eles deveriam seguir em frente, pois de nada adiantara ficarem parados, só não sabia o resultado daquele batalha, e isso a deixava extremamente irritada e nervosa. Acreditava que seriam vencedores, mas não ter certeza era tão frustrante que mal conseguia se controlar, o futuro de alguns desaparecia e depois voltava, ela achava que ficaria louca.
Jasper vendo o desespero da amada achou por bem não contar com suas visões, montou três grupos separados, sendo em cada um tinha um lobo e disse a Jacob que o mesmo não participaria da luta, ele deveria contornar o perímetro e se dirigir ao sul, rumo à caverna em que Mariana se encontrava, pois se os vampiros estavam tentando encurralá-los é por que já sabiam de sua chegada, logo Mariana corria riscos e pelo que Alice viu em suas visões tinha dois ou três vampiros com ela, não mais que isso, Jacob teria que dar conta.
E assim se dividiram, ficaram distantes, mas próximos o suficiente para que cada um pudesse chamar por ajuda se fosse necessário. Após alguns quilômetros de corrida encontraram os tais vampiros, que eram bem disciplinados e lutavam eximiamente, não eram recém criados que não raciocinavam, Jacob vendo as dificuldades do grupo e estando no meio da zona de ataque resolveu ajudar. Não conseguiria simplesmente passar por eles, e também não podia deixar que seus irmãos morressem. A Luta era feia, e Jacob temia pela vida de todos.



POV JACOB
Depois de tudo organizado todos se prepararam indo cada grupo em uma direção, a baixinha estava em pânico por não conseguir ver as coisas direito, mas com certeza tudo daria certo, pelo menos, eu contávamos com isso. Contornei o perímetro na intenção de chegar à caverna onde Mary estava, mas infelizmente não tive condições de seguir adiante, meus amigos foram pegos, num ataque rápido e eficiente, eram nove vampiros mais três lobos contra onze vampiros, porém apenas Jasper e Emmett lutavam tão bem quanto eles, pois os mesmos tinham experiências em batalhas que dificultava e muito a nossa vitória.
Voltei assim que vi Paul ser atingido, pude sentir a dor de suas costelas sendo quebradas e por outro ângulo, pelos olhos de Embry, vi um vampiro puxando a cabeça da loira psicopata, na tentativa de arrancá-la, mas o grandão foi rápido e o tirou de lá, mesmo assim chegou a partir um pedaço a que a deixou com muita dor.
Seth estava desesperado, pois queria ajudar os irmãos, deixou Safira a alguns quilômetros dali e veio ao nosso encontro, estava difícil, eles vinham de vários lados, e se movimentavam muito rápido, Jasper teve um braço arrancado e Alice ficou tão furiosa que pela primeira vez eu vi uma predadora brotar nela, arrancou a cabeça do tal vampiro sem dó nem piedade, Jared na tentativa de ajudar foi atingido e mordido, o desespero tomou conta de mim, mas Edward foi rápido e sugou o veneno, graças a isso ele não chegou a ficar inconsciente do mesmo modo que Quil, mas ficou fraco e vulnerável na batalha.
Rafael lutou lado a lado com Carslaile, enquanto sua esposa Esme acendeu a fogueira e juntamente com Bella, começaram a queimar os vampiros que íamos derrotando, mas em um movimento rápido um deles pegou Bella pelas costas, Edward e eu corremos para ajudar, mas ela não precisou de nós, era mais forte por ainda ser jovem e facilmente se livrou do aperto e arrancou a cabeça dele.
Por um momento nossos olhos se encontraram e ela ficou feliz com meu impulso em querer defendê-la, hábitos antigos são difíceis de mudar, ela disse:
–Não sou mais aquela humana frágil Jake!
Ela sorriu pra mim, e continuou o que estava fazendo, Edward me olhou, mas não disse nada, quando o vi estava caindo com um vampiro que por um pouco não me pegou, ele salvou minha vida, pois se o mesmo pulasse em meu lombo, poderia ser fatal.
Seth chegou e continuou nos ajudando, os vampiros pareciam dançar, frios e calculistas, avançavam e recuavam na hora certa, aquela batalha durou horas, eles iam e voltavam, cada vez que achava-mos que eles desistiriam eles apareciam novamente, um deles, o que acredito ser o mais forte conseguiu pegar Rafael, ele arrancou sua mão esquerda e depois sua cabeça, tentando fazer o mesmo com Carslaile, mas este foi mais ágil e arrancou sua mão, o deixando com dor, mas o vampiro era forte e não se entregava, foi necessário que Emmett se juntasse a ele para que dessem conta.
No final restavam ainda três vampiros que partiram com tudo pra cima da gente, como se eles sozinhos fossem um grande exercito, nunca tinha enfrentado vampiros tão fortes e organizados, com certeza essa experiência seria útil por toda minha vida, quando o dia estava amanhecendo eu estava exausto, de tanto correr e lutar, não fiquei ferido, mas não posso dizer o mesmo de todos. Eles conseguiram ferir Esme, e fiquei com tanta raiva que parti, contudo, arrancando a cabeça de um deles com uma mordida, e outro pegou Embry desprevenido, enquanto ele ajudava Esme a levantar, o jogou contra uma árvore e vi um rasgo em suas costas, causado pelo galho da árvore onde ele foi arremessado, mas graças a isso o cheiro de sangue os confundiu e nós os pegamos.
Carslaile e Edward começaram a ajudar os feridos: Jasper, Rafael, Rosalie, Esme, Embry e Paul. Cada um necessitava de um cuidado diferente, Carslaile cuidava dos lobos devido ao sangue, Edward cuidava dos vampiros sendo auxiliados por Alice, eles usavam o próprio veneno para colocar as partes arrancadas de cada um no devido lugar, inclusive a cabeça de Rafael, depois Emmett foi caçar, pois o sangue os regeneraria mais rápido.
Chamei Seth para me ajudar a pegar Mary, Edward e Bella vieram juntos, aliás, nem perguntaram se podiam apenas nos seguiram. A caverna ficava a alguns quilômetros dali, uma fumaça negra e constante saia lá de dentro, fiquei em pânico, o que tinha acontecido, desejava que não fosse o pior.
Edward e Bella em um salto chegaram à entrada da caverna, porem não tinha ninguém lá, Seth e eu não conseguíamos subir em forma de lobo, pois era muito íngreme, logo um grito foi ouvido, vi a bruxa sendo arremessada em minha direção, ela quebrou vários galhos na queda, seu corpo fez um buraco no chão, sua pele ficou rachada com veias evidentes, ela estava visivelmente fraca e debilitada, disse:
–Rápido Jake, ele vai transformá-la!
O Cheiro de sangue veio com a brisa, um grito de dor agudo foi ouvido, Edward gritou:
– Rápido Jake, ele vai fugir!
Logo tive uma visão que me deixou apavorado e furioso, três vampiros saltaram de cima da caverna,Lucius com Mary nos braços, ela estava desacordada, agi por impulso e nem me preocupei com mais nada, fui atrás deles.
Edward me seguiu e juntos corremos para pega-los, dois deles pararam para nos esperar, cada um de nós se ocupou de um deles, me coloquei em posição de ataque e saltei, mas não tive sucesso, a cada ataque que eu investia ele se esquivava e fugia com muita destreza. Fui atingido e arremessado contra uma árvore, levantei rápido e girei meu corpo, arrancando um braço do vampiro no processo, Bella surgiu entre as árvores e me ajudou, cada um de nós atacou de um lado, o vampiro não teve chances, enquanto ela arrancou o outro braço, eu arranquei a cabeça, Edward já estava com a fogueira pronta queimando tudo.
Olhei em todas as direções, mas não encontrava o vampiro, mês pus a correr, mas nada, me desesperei, como a encontraria em uma floresta tão grande, Edward veio e disse:
–Ele a levou para uma cabana, eu vi na mente dele, pretende transformá-la assim que chegar lá fica a alguns quilômetros daqui. Ao norte, vamos temos que ser rápidos.
Bella veio ao nosso encontro, tudo o que eu menos queria nesse momento é que a salvação de Mary se desse por essas criaturas, mas a vida nos apronta cada uma, Edward viu meus pensamentos, mas não falou nada, corremos em alta velocidade, eu era um pouco mais lerdo que eles, minhas costas reclamando pela luta anterior, o sangue correndo por meu focinho, mas não me deixei abalar, só Mary me interessava nesse momento, eu tinha que ser forte.
Avistamos a tal cabana e paramos, com certeza Lucius já sentia nosso cheiro, ele estaria preparado para nós, Bella falou:
–O que vamos fazer? Se formos imprudentes ele pode matá-la! O que ouve Edward?
Ele me olhou com muita dor nos olhos e disse:
–Ele a mordeu.
Vi tudo vermelho em minha frente, não pensei em mais nada e sai correndo, os dois vampiros me seguiram, mas eu deixei bem claro: “Eu mato ele!”
Entrei na casa levando a porta e parte da parede, Mary estava deitada em um sofá, se contorcendo de dor, podia sentir o cheiro do veneno e logo a figura que mais odeio na minha vida surgiu em minha frente, rindo vitorioso, olhou os vampiros e disse:
–Como podem se juntar a esse cachorro e trair a sua própria espécie?
Bella olhou pra ele com nojo e disse:
–Você é uma vergonha pra nossa espécie!
Nesse momento Mary deu um grito, ele se aproveitou disso e me acertou um chute, me fazendo derrubar a parede, Edward gritou:
–Bella, leve-a, rápido!
Então Bella o fez, pegando Mary em seus braços e correndo o mais rápido possível. Confesso que isso não me agradou, pois ela ainda era muito jovem e ficar perto de uma humana não era boa idéia, mas não tinha outra opção.
Lucius avançou pra cima de Edward, que se esquivou muito rápido, ele atacava sem sucesso, pois Edward lia tudo em sua mente, porém em um ato impensado ele voou e arrancou a mão esquerda de Edward, que rugiu de dor e surpresa, Lucius riu e se achou vitorioso, nesse momento pulei nele e arranquei seu braço, ele tombou pro lado e me olhou com fúria. Tentou me golpear, mas não teve sucesso, comecei a me movimentar, Edward não se meteu me deixou a vontade. Fui o mais cruel possível, o contornando e arrancando seus pedaços aos poucos, descarregando toda minha raiva, todo meu sofrimento e toda minha dor, ele pagaria caro por tudo que fez.
Quando finalmente só restava o tronco e a cabeça, parti o tronco ao meio, Edward, que já havia colocado sua mão no lugar, fez a fogueira com a própria casa e foi colocando cada pedaço que eu arrancava no fogo, ele parecia muito satisfeito com isso. Disse:
–Da última vez que me senti assim, foi quando matei Victória!- Ele gargalhou se sentindo muito bem por ter me ajudado a matar aquele ser desprezível.
Por último arranquei sua cabeça e joguei no fogo, o cheiro era insuportável, mas o sabor da vitória era incrível, nesse momento não sentia nenhum dos meus irmãos lobos, deveriam estar todos em forma humana, não vi Seth desde a caverna.
–Ele levou Débora para Carslaile, ela foi muito machucada. Por sorte Lucius não quis morde-la.
Nesse momento a imagem de Mary veio a minha mente, sai correndo procurando por ela, onde diabos Bella se meteu com ela? Procurei muito, não achei nada, fique desesperado, com muita raiva, se Bella a machucasse eu mesmo a mataria, não tinha duvidas.
–Elas estão aqui!
Edward gritou a alguns quilômetros e corri para encontrá-los, Mary estava deitada no chão, seu coração batia de vagar e Bella estava suja de sangue, me transformei, sem nem me preocupar com minha nudez e me agachei sobre ela, senti seu cheiro, estava voltando ao normal, não senti o veneno, falei:
–O que você fez Bella?
Ela não me olhou, colocou seu rosto no pescoço de Edward, o abraçou e disse:
–Eu suguei tudo.
–Você o que?!
–Eu suguei o veneno, ela seria transformada e eu sei que você não suportaria isso.
–Você não fez isso.
Isso foi muito arriscado ela poderia tê-la matado, pensei. Edward me olhou duro e disse:
–Sim Ela fez Jacob, ela foi forte e conseguiu. – Orgulhoso de sua esposa.
Não podia acreditar, aquilo era de mais pra mim, sul real de mais, Bella salvou Mary, ela sugou o veneno e além de não permitir que ela virasse o ser que eu mais abomino, ela não a matou, foi forte o suficiente para mantê-la viva.
Peguei Mary no colo e não agüentei, ela estava toda machucada, um braço enfaixado, hematomas pelo rosto e colo, um ferimento no outro braço causado pela mordida, tão fraca e tão debilitada, chorei. Meu corpo estava exausto, minha cabeça doía, minha respiração prejudicada, minhas forças foram faltando, meu corpo estava lutando para se regenerar, eu podia sentir o meu sangue bombeando forte para me manter em pé, Edward falou:
–Eu posso carregá-la, Carslaile precisa vê-la, mas acredito que ela vai se recuperar.
Em outra situação eu não aceitaria, mas como eu precisava de agilidade, concordei, ele pegou Mary e Bella se pôs ao lado dele, sem me olhar em nenhum momento, me dei conta que estava nu e ela deveria estar constrangida, me transformei rapidamente e os segui.
Em poucos minutos chegamos onde os outros estavam às coisas estavam se ajeitando, um acampamento foi montado, tinham comida humana e água, algumas tendas, os vampiros que se feriram estavam em uma delas, eles pareciam estar bem, cada um cuidava de seu companheiro, Karmia estava com uma aparência bem melhor, acredito que já tinha se alimentado.
Em outra tenda estavam os lobos, Embry e Paul, já se recuperando e comendo, estavam descansando, Seth e Safira estavam com eles, quando chegamos colocamos Mary onde estava Paul, Carslaile pediu para que todos saíssem para ela ser examinada. Logo baixaram a lona e a tenda se transformou em uma barraca, sendo iluminada, por uma tela que ficava no teto. Eu fiquei simplesmente não podia deixá-la, ele começou a examiná-la e me pediu que ajudasse a tirar sua roupa, o fizemos. Fiquei furioso, me arrependi por ter matado aquele vampiro tão rápido. Falei:
–Então doutor, ela vai ficar bem?
–Calma Jacob, ainda tenho que ver algumas coisas. Por favor, saia, me deixe trabalhar.
–Não doutor, eu vou ficar.
–É melhor você comer alguma coisa e tomar um banho, quando ela acordar vai querer te ver bem.
Ele tinha razão, ela já estava sob os cuidados do médico, resolvi sair da tenda e falar com meus irmãos. Todos estavam sentados em torno da outra barraca, Alice, andava de um lado para o outro, trazendo água, comida e roupas, fui em direção ao rio que tinha ali perto e tomei um banho frio, a imagens dos machucados dela não saiam da minha cabeça, como pude deixar que a situação chegasse a tanto. Senti alguém se aproximando que logo falou:
–Não se culpe, foi uma fatalidade! Pelo que sei foi Eleonor quem fez isso e eles a mataram.
Paul me disse solicito.
–Isso não muda o fato de que Mary está desacordada, em cima de uma cama, e que eu deveria ter tomado mais cuidado com ela.
–Jake, você não teve culpa, você fez tudo o que pode, veio até aqui e conseguiu trazê-la viva, sem ter sido transformada, alguns machucados são normais, na verdade, saiu barato.
–Não fui eu quem a salvou, e isso ta me matando.
–Como assim? Você foi lá, e voltou com ela.
–Foi Bella.
–Como?
–Sim, Lucius a mordeu e Bella sugou o veneno de volta, poderia estar se tornando uma deles agora.
Então uma figura pequena e branca se aproximou, com olhos dourados preocupados:
–Jacob, Carslaile está te chamando!
Alice cantarolou com sua voz de sinos, saí correndo de dentro do rio, ele estava em frente à barraca e disse:
–Ela está muito fraca, vamos precisar de transfusão se sangue, não creio que ela sobreviva sem isso.



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